Carles Puigdemont foi eleito presidente da Catalunha no domingo, assumindo que deseja manter a mesma linha de Artur Mas. Ou seja, a independência continua no horizonte. Às muitas vozes que censuram e elogiam esta sucessão juntou-se um tweet que não passou despercebido a ninguém. O Barcelona, uma das grandes bandeiras da região, felicitou o novo presidente no Twitter.

“Felicidades, presidente Puigdemon. Que o acerto vos acompanhe nesta etapa histórica e apaixonante que hoje se inicia no nosso país, a Catalunha.” O tweet teve, até à hora deste artigo, 6.077 retweets e 3.309 likes, sem contar com os comentários sem fim. É que choveram críticas duras à atitude dos blaugrana, que são acusados de misturar desporto e política.

“Então vão embora da Liga Espanhola” e “Metem nojo, sou do Barça desde sempre e com este comunicado faltam ao respeito a todos os barcelonistas não independentes” são algumas das respostas ao tweet. Juntar desporto, nomeadamente futebol, e política é como atirar gasolina para uma fogueira, por isso o tom vai subindo e a linguagem a pisar a linha vermelha. Há também quem opte pela ironia: “A Catalunha é um país, Messi inventou o pan tumaca, Neymar a rumba e Suárez construiu a Sagrada Família. Grandes.” Resta explicar que pan tumaca é pão com tomate, uma receita famosa em Barcelona.

Pep Guardiola será uma das grandes figuras ligadas ao Barcelona que apoiam a independência. O catalão, que em várias conferências de imprensa descreve a Catalunha como um país, foi até candidato ao Parlamento da Catalunha pela lista que resultou do acordo entre os movimentos pró-independência catalães. “A independência chegará cedo ou tarde”, chegou a dizer. Sejamos práticos, o clube nunca quis ser muito discreto, pois o equipamento número dois das suas equipas foi, recentemente, a representação da bandeira da Catalunha.

E o que pensa Puigdemont? “Devemos lançar o processo para criar um Estado independente na Catalunha, para que as decisões do Parlamento catalão sejam soberanas”, disse domingo. Mais: o catalão pediu que fosse colocado de lado “o orgulho” em nome da “dignidade”, para ser possível terminar o processo para a soberania “sem cobardias”, mas também sem “temeridades”. Rajoy, presidente do Governo nacional espanhol, já avisou que não vai aceitar qualquer passo em direção à independência.

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