O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, garantiu esta quinta-feira, durante um encontro com os militantes do PMDB, em Curitiba, que o partido “quer comandar o país a partir de 2018 com um programa” e que a sigla não pode se tornar “apenas um partido que prioriza cargos num governo”. “Nós queremos assumir o poder em 2018, isso sim, com candidatura própria em 2018”, afirmou em citação do jornal Folha de São Paulo. “Nós vamos lançá-lo [um candidato às eleições] em 2018 e vamos assegurar a governabilidade do país nesse período [até 2018]”, defendeu.

Para isto, pretende lançar o máximo de candidaturas próprias nas eleições municipais deste ano. “As eleições de 2018 passam pela disputa de 2016”, sentenciou. “Devemos aqui tentar eleger prefeitos nas capitais e nas grandes cidades e com isso preparar as eleições para governador. Precisamos de continuar a ser grandes”, assegurou. Atualmente, o partido está na frente da prefeitura de apenas duas das 27 capitais brasileiras. O PMDB pretende lançar candidatos próprios em cidades como São Paulo e Porto Alegre e garantir mais um mandato no Rio de Janeiro.

Temer evitou falar sobre as recentes crispações com a presidente do Brasil, que o motivaram a escrever-lhe uma carta a queixar-se da sua “desconfiança” e de como se sente como um “vice-presidente decorativo”. O momento “é de buscar a unidade em todo o País. Estamos propondo uma pacificação nacional. Acredito que a presidente Dilma deve buscar o mesmo com a reunião do conselho que está sendo realizada hoje”, afirmou. Na última semana, os dois líderes tiveram o seu primeiro encontro este ano, quando o vice-presidente declarou que Dilma Rousseff precisava “ouvir mais do que falar para superar a crise económica no país”.

Temer garantiu que o partido tem autonomia mesmo que ainda faça parte da coligação governamental, ao dizer que “quem manda no PMDB é o PMDB”. E argumentou: “O PMDB sempre foi um partido construído pela base e estamos provando isso neste momento”. A legenda é o maior partido da coligação de Dilma Rousseff com 67 deputados e sete ministérios, além de deter a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado.

Esta não foi a primeira vez que Temer falou sobre a candidatura própria do partido para as próximas eleições presidenciais. Em julho do ano passado, o vice-presidente já havia anunciado que “estava estabelecido que o PMDB quer ser cabeça de chapa [líder da coligação] em 2018”. Ou seja, decretava-se assim o fim da coligação com o PT , partido da presidente Dilma Rousseff com o qual governa o país desde a sua primeira vitória eleitoral em 2010, a partir de 2018.

Atualmente, Michel Temer ocupa a vice-presidência do Brasil pelo segundo mandato. O político está a percorrer o Brasil como parte de uma operação chamada “Caravana da Unidade” com o objetivo de conseguir o apoio para a sua reeleição como presidente do partido em março.

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