Várias dezenas de homens mascarados, presumivelmente ligados a grupos neonazis, dirigiram-se na sexta-feira para o centro de Estocolmo com o objetivo de agredir migrantes, anunciou hoje a polícia sueca.

Até às 12:00 de hoje não havia registos de queixas de eventuais vítimas, disse à AFP o porta-voz da polícia de Estocolmo, Towe Hägg.

Entre 50 a 100 pessoas, mascaradas ou encapuzadas, no âmbito de um encontro organizado, dirigiram-se na sexta-feira para o centro da capital sueca, mais concretamente para Sergels Torg, uma grande praça pedonal de Estocolmo onde se cruzam jovens, marginais e migrantes menores sozinhos.

De acordo com testemunhas citadas pelo diário Aftonbladet, os agressores atacaram “pessoas com aparência estrangeira” e distribuíram folhetos, sem assinatura, onde incitavam a dar às crianças de rua de origem norte-africana “a punição que merecem”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Eu estava a passar e vi um grupo vestido de negro, mascarado (…) que começou a bater em estrangeiros”, contou uma testemunha.

“Vi três pessoas a serem molestadas”, acrescentou.

Perante a informação de “um plano de agressão a migrantes menores não acompanhados no centro de Estocolmo”, as autoridades suecas destacaram meios para o local, que incluiu unidades antimotim e vigilância aérea através de helicópteros.

Um homem de 46 anos foi detido após ter desferido um golpe no rosto de um polícia à paisana.

Outras três pessoas, com idades entre os 20 e os 30 anos, chegaram a ser detidas por perturbação da ordem pública e uma outra foi detida e terá um processo por posse de arma branca proibida.

Entretanto, foi aberto um inquérito relativo a uma “conspiração para cometer violência agravada” que tem como objetivo identificar as pessoas ou organizações envolvidas nesta iniciativa.

A página eletrónica Nordfront, conotada com o movimento neonazi SMR, afirmava na sexta-feira saber que “uma centena de ‘hooligans'” dos clubes AIK e Djurgarden se preparavam para “fazer o trabalho doméstico entre os imigrantes do Norte de África”.

Ao diário Aftonbladet, as forças policiais confirmaram as suspeitas relativas a estes grupos radicais.

No ano passado, 163.000 refugiados pediram asilo na Suécia.