As autoridades de saúde do Texas, no sul dos Estados Unidos, notificaram esta terça-feira um caso de transmissão do vírus zika por contacto sexual, potencialmente perigoso para mulheres grávidas e em crescimento na América Latina. “O paciente foi infetado com o vírus depois de ter relações sexuais com uma pessoa doente, que regressou de um país onde o vírus está presente”, referiu, em comunicado, o Serviço de Saúde do Condado de Dallas.

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos contabilizaram, até ao momento, 51 casos de vírus zika no país, mas este é o primeiro caso, desde que se iniciou o surto na América do Sul, que o detetam por transmissão sexual.

Há dois casos anteriores que também levantam suspeitas sobre a transmissão do vírus por via sexual. Um deles também aconteceu nos Estados Unidos, no Colorado. Em 2008, depois de Brian Foy ter regressado do Senegal onde foi infetado, transmitiu a doença à mulher. A transmissão sexual foi considerada a causa mais provável porque a mulher não tinha saído do Colorado e os filhos, a viver na mesma casa, não foram contaminados. O outro caso, foi identificado no Taiti, num homem que tinha saúde (e o vírus) no sémen.

“Dado o risco potencial, ainda que seja considerado raro, o aconselhamento atual no Reino Unido é que os indíviduos com infeções de zika devem usar preservativos durante seis meses depois de confirmada a infeção. Os adultos que potencialmente podem ter sido expostos (e não confirmados) devem usar preservativos durante um mês depois de regressarem de uma área afetada”, recomendou Luis Cuevas, professor na Escola Superior de Medicina Tropical de Liverpool e na Universidade de Sergipe, no nordeste do Brasil.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a epidemia do vírus zika poderá afetar entre três a quatro milhões de pessoas no continente americano. O Brasil e a Colômbia são os países onde se registam mais casos de infetados e de suspeitos.

O Comité de emergência da OMS decidiu segunda-feira que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas não o vírus zika, por não ter sido comprovada uma relação entre ambos.

O vírus zika é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos.

Corrigido às 9h50, de 3 de fevereiro. O caso do Texas não é o primeiro de transmissão sexual.