Os rebeldes da província síria de Aleppo (norte) retiraram-se de três localidades ameaçadas pelos ataques russos, o que permitiu o avanço das forças curdas, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“Após combates limitados entre rebeldes e curdos nas localidades de Merenar, Aqlamiya e Deir Jamal, os residentes pediram aos rebeldes para se retirarem com medo dos ataques russos”, que apoiam a ofensiva do regime, indicou Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório.
As unidades de proteção do povo curdo (YPG), principal força curda na Síria, tomaram no domingo à noite estas localidades, alguns dias depois de terem assumido o controlo de três outras cidades.
Os rebeldes estão cada vez mais cercados, na zona norte da província pelos curdos e pelas forças do regime, mas também pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Os curdos não combatem ao lado dos rebeldes ou do regime de Bashar al-Assad.
Cada força beligerante tenta alargar a zona de controlo nesta província fronteiriça da Turquia.
Os curdos querem “aumentar o seu território” na província, que corresponde a um dos três “cantões” da administração autónoma curda.
O exército do regime de Assad, apoiado pelos ataques aéreos russos, continua a avançar para a cidade rebelde de Tall Rifaat, situada a cerca de 20 quilómetros da fronteira turca. “Os lealistas estão agora a cinco quilómetros, depois de terem conquistado aos rebeldes uma aldeia no caminho”, indicou Rahmane.
A batalha de Aleppo poderá representar uma viragem na guerra síria, já que a perda da segunda cidade do país, dividida em duas desde 2012, ia enfraquecer fortemente os rebeldes, em dificuldades noutras frentes.
O número de deslocados sírios junto à fronteira com a Turquia, que fugiram dos bombardeamentos em Aleppo, ascende já a 45 mil e está a aumentar, indicou no domingo a organização humanitária turco-muçulmana IHH.
A zona da fronteira de Oncupinar, que liga a cidade turca de Kilis à estrada que leva à cidade síria de Aleppo, continua encerrada.