Antes de apresentar queixa de abuso sexual de menores contra o pai das duas crianças, de 19 meses e 4 anos, que na segunda-feira à noite foram arrastadas para o rio Tejo, Sónia Lima terá estado hospital Amadora-Sintra. No entanto os médicos não detetaram quaisquer indícios de abusos, dá conta o Diário de Notícias esta quinta-feira. Perante o diagnóstico e as constantes queixas da mãe, a equipa médica aconselhou-a então a dirigir-se às autoridades para apresentar queixa o que, no caso de violência doméstica, foi considerada pela PSP e pela Associação de Apoio à Vítima (APAV) de “risco elevado”. Como consequência, foi proposto o afastamento do pai, e alegado agressor, e o apoio às crianças.

Esta quarta-feira, Nelson Ramos, o pai das duas meninas, escreveu um comunicado, divulgado pela RTP, onde procura “defender a honra e o bom nome”. Rejeitando as acusações de violência doméstica e abuso sexual de que é alvo, Nelson Ramos afirma que “sempre procurou ser um pai presente” e pede aos meios de comunicação social que “respeitem” o seu “silêncio, privacidade, luto e dor”.

“Vivo momentos de profunda dor. Perdi as minhas filhas. Tenho que defender a honra e o bom nome do pai da Samira e da Viviane que só não fez mais porque não o deixaram”, começa por dizer o homem, afirmando mais à frente que pediu “auxílio” a instituições como a APAV, a CPCJ e o Tribunal de Família e Menores, que, diz, não o quiseram ouvir. “Nem pessoalmente nem através dos meus advogados, nunca me procuraram”, afirma.

Lamentando que a comunicação social esteja “mais focada” naquilo que diz serem “falsidades” sobre a vida da sua família do que no “paradeiro da Samira que ainda se encontra desaparecida”, o pai das crianças nega – “com todas as forças que ainda me restam” – as “barbaridades” que diz estarem a ser veiculadas pela imprensa a propósito dos alegados abusos sexuais das menores e das queixas de violência doméstica.

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“Desde a minha separação que procurei ser um pai presente e não faltar com nada às minhas filhas. Procurei-as e sempre que me foi permitido visitei-as”, acrescenta.

Nelson Ramos acrescenta ainda que prestará todos os “esclarecimentos e informações” sobre o caso quando se sentir “capaz”. Para já, deixa apenas o apelo à comunicação social para respeitar o seu “silêncio” e “luto”.

Na sequência do incidente de segunda-feira à noite, que resultou na morte da bebé de 19 meses e no desaparecimento da menina de 4 anos, a mãe, que foi imediatamente internada no hospital, acabou por ser detida esta quarta-feira estando esta tarde a ser interrogada pela PJ. As buscas pela criança ainda desaparecida foram suspensas e deverão ser retomadas amanhã, mas com as expectativas muito em baixo.