A obra As Leis da Fronteira, do espanhol Javier Cercas, foi distinguida com o Prémio Literário Casino da Póvoa do “Correntes d’Escritas” da Póvoa de Varzim, anunciou esta quarta-feira a organização durante a Sessão de Abertura do festival. Para o prémio, no valor de 20 mil euros, estavam nomeados outros 13 escritores, entre as quais os portugueses Valter Hugo Mãe, com A Desumanização, e Mário de Carvalho, com A Liberdade de Pátio.  

As Leis da Fronteira, editado em Portugal pela editora Assírio & Alvim (Grupo Porto Editora) em maio de 2014, foi escolhido pelo júri do “Correntes d’Escritas” pela atenção dada “às grandes questões da sociedade contemporânea” e a “opção por uma construção narrativa atenta à polifonia de vozes”.

Na declaração de voto, o júri, composto por Carlos Vaz Marques, Helena Vasconcelos, Isabel Pires de Lima, João Rios e José Manuel Fajardo, salientou ainda “a componente de romance de iniciação, quer individual quer coletivamente considerado na Espanha dos primeiros anos de Democracia”.

Considerada uma obra-prima da narrativa, o livro de Javier Cercas é uma história de amores e desamores, de enganos, de violência, de enigmas para resolver e de vinganças inesperadas. “O Prémio Literário Casino da Póvoa vem reforçar o estatuto de Javier Cercas como um dos escritores mais importantes da narrativa contemporânea“, referiu a Porto Editora em comunicado. 

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Javier Cercas nasceu em 1962 em Ibahernando na região de Cáceres, em Espanha. Estreou-se na literatura com El móvil, de 1987, mas foi com Soldados de Salamina, de 2004, que ficou conhecido. O livro, que atingiu um sucesso sem precedentes, foi traduzido e publicado em vários países, incluindo em Portugal, pela editora ASA. O seu último livro, El impostor (O Impostor, em português), foi publicado em 2014 em Espanha. Chegou a Portugal um ano depois, também pela Assírio & Alvim.

El Impostor conta a história do sindicalista espanhol Enric Marco Batlle, que ficou famoso por ter falsificado os seus próprios dados pessoais para se fazer passar por um dos sobreviventes dos campos de concentração nazis da Segunda Guerra Mundial. Fruto de uma profunda investigação, o livro relata como Batlle se fez passar por anti-franquista e anti-fascista durante várias décadas. 

Ao longo dos anos, Cercas foi distinguido com vários prémios literários, principalmente de língua espanhola, nomeadamente o Prémio Llibreter, em 2001, o Prémio Cidade de Barcelona e o Prémio da Crítica do Chile.