“Seria muito bom encontrar uma solução que envolva parceiros nacionais”, defendeu esta quarta-feira o ministro da Economia, a propósito do futuro do Novo Banco.

Manuel Caldeira Cabral, que está no Parlamento na discussão da proposta orçamental, começou por explicar que não lhe compete, pelo menos sozinho, encontrar uma solução para o caso do Novo Banco. Salienta contudo que esta é uma instituição muito importante para a economia e no apoio às empresas. E perante uma questão do deputado do Bloco de Esquerda, Heitor de Sousa, Caldeira Cabral responde que “seria muito bom encontrar uma solução que envolva parceiros nacionais” e que evite prejuízos para os contribuintes.

O responsável não especificou se prefere manter o Novo Banco na esfera pública ou se essa solução com grupos nacionais seria promovida no quadro da venda da instituição. No entanto, Caldeira Cabral prefere uma solução que promova a concorrência e “evite a concentração”, sobretudo se esta for liderada por grupos estrangeiros.

As declarações do ministro da Economia surgem no momento em que Vítor Bento, o primeiro presidente do Novo Banco, relançou a discussão sobre qual deve ser a estratégia para o futuro da instituição. O economista defendeu que se deve estudar um cenário de nacionalização, no quadro de um processo de consolidação bancária que resultará, provavelmente, da venda do Novo Banco a um investidor estrangeiro, possivelmente espanhol.

Os partidos à esquerda já insistiram no pedido de nacionalização, o governo admite estudar essa possibilidade, sem deixar de recordar que a solução de manter o Novo Banco no Estado tem custos.

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Reformar o Banco do Fomento

Ainda na banca, mas agora assumidamente na esfera pública, Manuel Caldeira Cabral defendeu a necessidade de “relançar ou reformar” o Banco do Fomento, um projeto do anterior governo, lançado para apoiar o financiamento das empresas, e que não foi conseguido porque não se conseguiu negociar convencer as autoridades europeias.

A Comissão Europeia mostrou-se contra o projeto lançado por Álvaro Santos Pereira que ambicionava alavancar os fundos europeus para os canalizar com destino às empresas, através de um banco vocacionado para esse efeito. Caldeira Cabral admite voltar a trabalhar com a União Europeia sobre o tema do Banco do Fomento, mas com uma nova ideia.

O responsável reconhece ainda que o que existe hoje, e que se chama Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) não é muito mais do que que já existia antes ao nível de instrumentos públicos para apoiar as empresas. Referiu ainda que é importante aproveitar e otimizar aquilo que existe e diz que é o que está a ser promovido com o fundo de recapitalização das empresas. A instituição não vai estar parada, mas não se pretende aumentar os custos de funcionamento.