Que é possível fugir à polícia durante anos não é novidade. Os casos conhecem-se. Mas será possível escapar às autoridades policiais durante 56 anos? A história de Frank Freshwaters, ou “o fugitivo de Shawshank” – como é conhecido -, confirma que sim. Depois de mais de cinco décadas em fuga de um reformatório no Ohio e da sua detenção em maio de 2015, vê a liberdade condicional aproximar-se.

Foi em 1959 que Freshwaters, de 79 anos, fugiu do Ohio State Reformatory, depois de violar os dois anos de liberdade condicional que lhe haviam sido aplicados por um crime de homicídio. William Cox – a sua identidade falsa – foi capturado o ano passado na Florida e retornou posteriormente para o Ohio.

Só em abril será conhecido o desfecho desta história tão digna de filme – e ele existe, “The Shawshank Redemption”, de 1994 -, quando for deliberada a sua sentença. E se, por um lado, as preocupações com a sua saúde parecem atenuar a pena de Freshwaters, por outro, os advogados do Estado posicionam-se contra a sua liberdade condicional, argumentando, segundo noticia o The Guardian, que o homem de 78 anos usou uma identidade falsa, não pagou a indemnização à família da vítima e evitou sempre a assumir a sua responsabilidade.

De acordo com o jornal britânico, o conselheiro-chefe do procurador, Brad Gessner, considera que este caso se trata da “justiça a que as vítimas têm direito”, ainda que tenha em conta o seu frágil estado de saúde. Para o filho do homem assassinado, Richard Flynt, em 1959, Freshwaters não pagou pelo que aconteceu.

Durante os 56 anos, viveu em vários estados, desempenhou diferentes funções, sendo uma delas motorista de camião. Chegou a ser detido na Virgínia, mas o governador do estado recusou-se a extraditá-lo.

Protagonista de uma das maiores caças ao homem, cujos episódios deram origem ao filme de Frank Darabont, a sua história não se assemelha à de Andy Dufresne, a personagem ficcional. Freshwaters escapou duas vezes à polícia e escapou de um reformatório.

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