Letra por letra, palavra por palavra. Nem se desviou do conteúdo nem tão pouco no tom. António Costa leu o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) sobre a prisão de ativistas angolanos.

António Costa justificou-se com a falta de tempo para responder a Catarina Martins, mas teria tido tempo. Tinha cerca de três minutos para responder às várias perguntas da líder do BE, mas guardou apenas cerca de trinta segundos para ler o comunicado do MNE, não sem antes se justificar com a falta de tempo:

Assim, “dada a limitação de tempo”, começou por dizer, António Costa limitou-se a ler um quarto de folha com uma nota que lhe foi passada com o comunicado do MNE: “Tomamos boa nota da comunicação, pela defesa, da intenção de interpor recurso judicial em face da gravidade e dimensão das penas hoje decididas pelo tribunal de primeira instância; e confiamos que a tramitação do processo, nos termos previstos na legislação angolana, obedeça aos princípios fundadores do Estado de Direito, incluindo o direito de oposição por meios pacíficos às autoridades constituídas”, disse.

A frase serviu de resposta à líder do Bloco de Esquerda que apelou os 17 ativistas como “presos políticos em Angola”. “Estamos num debate no Parlamento que é casa da democracia, penso que é lugar para o senhor primeiro-ministro deixar palavra clara sobre libertação dos presos políticos em Angola”.

Catarina Martins já não tinha tempo para voltar a questionar o primeiro-ministro.

Até neste ponto, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa estão de acordo. O primeiro-ministro teve exatamente a mesma resposta que o Presidente da República. Este, quando questionado também disse: “Subscrevo o que foi a posição do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que é esperar que num Estado de direito democrático haja uma tramitação normal dos processos judiciais”.

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