“A malta das trincheiras”
André Brun
(Guerra & Paz)
A meio dos centenários da Grande Guerra de 14-18 estão aqui relatos vividos do Major Brun, oficial da República na última guerra internacional em que Portugal entrou. É uma das raras obras “sérias” (mas bem humorada) de um genial humorista, autor de A vizinha do lado e A maluquinha de Arroios.
“Nobre Povo”
Jaime Nogueira Pinto
(Esfera dos Livros)
O passado não morreu, nem sequer é passado, como parece que disse Faulkner. Uma esplêndida introdução para “indoutos” à história d’os anos da República. Este centenário já vai longe mas estamos sempre a tempo de aprender. E o Jaime mostrou-se aqui – mais uma vez – um excelente professor.
“A pedra ainda espera dar flor”
Raul Brandão
(Quetzal)
Um trabalho denodado de recolha e organização de textos “dispersos” do grande Raul Brandão de Os pescadores e Húmus mas também de El-Rey Junot e sobretudo, para mim, das incomparáveis Memórias. Fica a dever-se a Vasco Rosa, que organizou e prefacia: “Raul Brandão em foco”. Bem-haja.
“Os crimes do bispo”
S.S. Van Dine
(Livros do Brasil)
Foi o número 6 da primitiva Coleção Vampiro. É um dos primeiros títulos da sua nova edição. S. S. Van Dine teve o seu “momento de evidência” no romance policial da chamada “idade de ouro”. Criou Philo Vance, um dos detetives da infindável prole gerada por Conan Doyle com o seu Sherlock Holmes.
“Ouro e cinza”
Paulo Varela Gomes
(Tinta da China)
Um cronista sem par entre nós nos tempos mais recentes. Ninguém prestou um tributo mais arguto e comovente a “Paulo, o montanhês” que António Araújo (encontram o link aqui no Observador, se a memória não me atraiçoa, mas também se encontra facilmente na internet). Uma empolgante lição de português.