O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS/CAS) rejeitou o pedido de 68 atletas russos e do Comité Olímpico Russo para participarem nos Jogos Olímpicos de 2016, que começam no próximo dia 5 de agosto no Rio de Janeiro (Brasil).

No início do mês, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) já havia recusado o pedido de 67 atletas russos para participarem nos Jogos Olímpicos. A IAAF apenas permitiu a duas atletas — Yulia Stepanova, especialista nos 800 e Daria Klishina, saltadora em comprimento — a participação nos jogos, as teriam de o fazer na na qualidade de atletas neutras, sem representar a Rússia.

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Na sequência dessa decisão, os atletas apresentaram um recurso no Tribunal Arbitral do Desporto contra a deliberação da IAAF. Em resposta ao recurso apresentado, o TAS anunciou a confirmação da decisão:

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“O painel do TAS/CAS confirmou a validade da decisão da IAAF de aplicar as regras (…), segundo as quais os atletas de uma federação que esteja suspensa pela IAAF não são elegíveis para competições organizadas sob as regras da IAAF”, lê-se no comunicado divulgado à imprensa.

Comunicado Tribunal Arbitral do Desporto (TAS/CAS)

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Leia aqui o comunicado do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS/CAS) na íntegra.

A suspensão do atletismo russo de todas as provas, incluindo os Jogos Olímpicos aconteceu na sequência de um relatório independente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), que revelou um sistema de dopagem apoiado pelo governo da Rússia. Craig Reedie, presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA) admitiu a possibilidade de estender a todos os desportistas russos a proibição de participarem nos Jogos Olímpicos de 2016.

O TAS apenas se pronunciou sobre os atletas cuja participação já havia sido proibido pela IAAF antes da investigação (o atletismo foi a modalidade com mais casos positivos de doping no Relatório McLaren) e 68 desses atletas tinham conseguido alcançar os mínimos olímpicos.

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“Eu excluiria as 20 modalidades, aquelas em que foi possível demonstrar uma dopagem sistemática”, disse o presidente do DOSB, Alfons Hörmann, numa entrevista publicada esta quinta-feira jornal Bild.

O Relatório McLaren, tornado público na passada segunda-feira demonstrou a existência de um sistema de dopagem sistemático organizado pelo Estado russo, com o apoio ativo dos serviços secretos, de 2011 a 2015, em 30 desportos, dos quais 20 são disciplinas inscritas nos Jogos Olímpicos de Verão.

De acordo com Alfons Hörmann, é mais complicado justificar a exclusão de modalidades que não tenham sido mencionadas no relatório pedido pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).

O relatório, da autoria do professor de direito Richard McLaren, Vitali Mutko e o seu adjunto, Iouri Nagornykh, o Estado russo foi responsável por um esquema de doping organizado no desporto russo, desde 2011 e que abrange 30 modalidades. O documento refere que o programa contou com a participação ativa do ministro do Desporto e dos serviços secretos.

McLaren afirma que o programa “à prova de falhas” foi posto em prática pelos responsáveis russos, inclusivamente durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014. O COI adiou uma decisão sobre a presença da Rússia nos Jogos Olímpicos de 2016, mas na terça-feira vetou a presença do ministro do Desporto da Rússia, Vitali Mutko, nos Jogos Olímpicos deste ano.

De acordo com o documento, Vitaly Mutko teve “participação ativa” nesse sistema, que teve a assistência dos serviços secretos nos laboratórios antidopagem de Moscovo e Sochi.

Rússia considera a decisão “política” e “sem fundamento”

A reação da Rússia à decisão foi tornada pública precisamente por Vitali Mutko. O ministro russo dos Desportos considerou esta quinta-feira que a rejeição do recurso à suspensão imposta pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), que confirma a ausência dos Jogos Olímpicos foi uma “decisão politica” e “sem fundamento jurídico”.

“Só posso expressar a minha deceção. Vamos pensar sobre os próximos passos. Eu acho que é uma decisão subjetiva, política e sem base jurídica”, disse o ministro russo Vitali Mutko à agência de notícias TASS, após conhecida a decisão de afastar o atletismo russo dos jogos.

https://twitter.com/Vitaly_Mutko/status/756066999323725828

O Kremlin também já expressou o seu “profundo pesar” pela decisão do TAS, considerando inaceitável a ideia de responsabilização coletiva que está patente na proibição de participação da equipa de atletismo russa nos Jogos Olímpicos de 2016.

“Nós só podemos expressar o nosso profundo pesar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagindo ao comunicado do TAS/CAS.