A cidade japonesa de Hiroshima assinalou hoje o 71º aniversário da bomba atómica que os Estados Unidos lançaram sobre a cidade com um pedido aos líderes mundiais para seguirem o exemplo do Presidente norte-americano, Barack Obama.

O presidente dos Estados Unidos tornou-se em maio no primeiro inquilino da Casa Branca em funções a visitar Hiroshima, onde defendeu “um mundo sem armas nucleares”.

A cerimónia deste sábado no Parque da Paz de Hiroshima começou com um minuto de silêncio às 08h15 locais (00h15 em Lisboa), a hora a que a Força Aérea dos Estados Unidos lançaram a bomba atómica sobre a cidade, em 1945, no final da segunda guerra mundial.

O presidente da câmara da cidade, Kazumi Matsui, pediu depois aos líderes mundiais para fazerem como Obama e visitarem Hiroshima e Nagasaki, onde os norte-americanos lançaram uma segunda bomba atómica em 1945, e assim “gravarem a realidade dos bombardeamentos atómicos nos seus corações”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Kazumi Matsui citou parte do discurso de Obama quando esteve em Hiroshima, no qual pediu aos países com armas nucleares ou potencial para isso para batalharem por “um mundo sem elas”.

O autarca defendeu a necessidade de “consolidar a unidade e criar um sistema de segurança baseado na confiança e no diálogo”.

Estiveram presentes na cerimónia o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, representantes de 91 países e sobreviventes da bomba atómica, conhecidos no Japão como “hibakusha”.

Foi ainda lida uma mensagem do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que realçou que “o mundo precisa hoje, mais do que nunca, do espírito dos ‘hibakusha'”, num momento de aumento das “tensões globais” e quando está a ser difícil avançar para a desnuclearização.

A bomba atómica lançada sobre Hiroshima matou de imediato cerca de 80 mil pessoas. O número aumentou para 140 mil no final de 1945 e as vítimas mortais da radiação foram mais do dobro nos anos que se seguiram.

A 9 de agosto, a bomba atómica sobre Nagasaki levou à rendição do Japão e acabou com a segunda guerra mundial.

Em março passado, o número de “hibakusha” em Hiroshima e Nagasaki era de 174 080 pessoas, que tinham uma média de idade de 80,86 anos.