Várias teorias pairam sobre o desaparecimento de uma jovem de 18 anos na Galiza, em Espanha, de quem não há sinal já há dez dias. Diana Quer desapareceu sem deixar rasto no dia 22 de agosto, e a família insiste que foi raptada. As autoridades, por seu turno, suspeitam que Diana terá fugido voluntariamente de casa. O que se sabe é que o último sinal de vida de Diana foi uma troca de mensagens através do WhatsApp, por volta das 3h da manhã daquela segunda-feira. Nessa mensagem, Diana contou a uma amiga que estaria a ser perseguida por um homem.

Segunda-feira, dia 22, 2h42

Diana Quer, natural de Madrid, estava de férias com a sua família em A Pobra do Caramiñal. De acordo com a mãe, citada pelo Huffington Post espanhol, a rapariga saiu com um grupo de amigas, e tudo parecia “completamente normal”, até ao momento em que se perdeu o contacto com ela — talvez por falta de bateria no telemóvel. Às 2h40 da manhã, Diana e uma amiga trocaram mensagens através do WhatsApp. “Estou a ficar com medo, um cigano está a chamar-me”, escreveu Diana. Quando a amiga lhe perguntou o que o homem lhe tinha dito, Diana respondeu: “Morena, vem aqui”. Isto aconteceu às 2h42. A mensagem seguinte da amiga (“O que lhe disseste?”) já nem sequer foi vista pela jovem desaparecida.

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Troca de mensagens entre Diana Quer e uma amiga. No fim da tarde de dia 22, a amiga ainda lhe enviou uma nova mensagem, que nem sequer foi entregue, o que pode demonstrar que o telemóvel de Diana já estaria desligado. Imagem divulgada pelo La Voz de Galicia.

Diana foi vista pela última vez perto da zona onde estavam instaladas as caravanas dos feirantes que se deslocaram à povoação para participar na Festa do Carme dos Pincheiros, onde Diana tinha ido. De acordo com o El País, a Guardia Civil interrogou um grupo de feirantes, em que se inclui um homem que ficou conhecido como o “homem da tatuagem”, e que admitiu que às vezes se dirige às mulheres que passam na rua, apesar de negar o envolvimento no desaparecimento de Diana Quer.

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Autoridades dizem que Diana fugiu

O El País escreve que várias testemunhas garantem que Diana discutiu em casa com a mãe e com a irmã. Esses testemunhos, cujo conteúdo não pôde ser revelado pelo autarca de A Pobra do Caramiñal, poderão dar força à tese de que Diana fugiu voluntariamente, com a intenção de se ausentar durante umas horas. As autoridades avançam como provável que tenha sido este o motivo que levou a jovem a sair de casa, mesmo que algo tenha acontecido depois e que a impeça de regressar a casa.

As buscas decorrem apenas na zona envolvente daquela localidade e não deverão, por enquanto, ser alargadas para fora da Galiza. A investigação, no entanto, está a contar com os relatos de testemunhas de fora da comunidade autónoma, incluindo dos amigos mais próximos de Diana, em Madrid.

Sem BI nem cartões de crédito

A família insiste que Diana foi raptada. Ao La Voz de Galicia, o pai da jovem desvalorizou a tese da fuga, afirmando que aquelas situações de confronto podem acontecer em qualquer família. Além disso, há um detalhe que está a dar força à tese de rapto: Diana deixou em casa o DNI (Documento Nacional de Identidad) e não tinha nenhum cartão de crédito que lhe permitisse fazer pagamentos. E mais: Diana apenas levou a roupa que tinha vestida.

Até agora, as várias hipóteses estão em aberto e as autoridades continuam as buscas. Nas redes sociais, multiplicam-se as mensagens de apoio e de solidariedade com a família de Diana, e o caso está a merecer a atenção de todo o país. Além das forças policiais, há grupos de voluntários a ajudar nas operações de procura.