O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, apresentou esta segunda-feira um novo livro, em que exprime o seu pensamento organizado por temas de A a Z. Joga-se aqui o essencial – Um olhar sobre o que somos foi apresentado numa conversa com Maria João Avillez e comentado por oito figuras públicas que leram o livro. Para o antigo presidente da Assembleia da República Jaime Gama, um dos intervenientes na apresentação da obra, o livro representa a aproximação do cardeal aos leitores, por ser “de leitura fácil” e comunicar de forma “mais direta com a opinião pública”.
Para Jaime Gama, “quem pensa o catolicismo em tempos difíceis está preparado, com abertura, atenção e respeito, para compreender a sociedade”. Citado pela Agência Ecclesia, o antigo presidente da Assembleia da República (e presidente do Conselho Geral do Observador) sublinhou que o pensamento do cardeal-patriarca de Lisboa, e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, provém do estudo da História dos tempos “em que a Igreja Católica atravessou momentos de dificuldade, de problematização”.
Na sua intervenção, o líder da Igreja Católica em Portugal destacou a importância da esperança enquanto “criação do futuro”. “Sabemos que não nos esgotamos no presente, nem tudo aquilo que temos como projeto nem mesmo aquilo que nos amachuca como opressão”, afirmou D. Manuel Clemente.
Entre as figuras que participaram na apresentação da obra, encontram-se também Fernando Ulrich, Paula Moura Pinheiro, António Lobo Xavier, Pedro Mexia, José Manuel Pureza e Joana Carneiro. No final das intervenções, o cardeal-patriarca mostrou-se “embaraçado” pelos elogios que recebeu, mas também “muito surpreendido e responsabilizado”.
O livro, editado pela Assírio & Alvim e com posfácio de António Araújo, consiste numa espécie de enciclopédia de conceitos cristãos e relacionados com a diocese de Lisboa. A obra compila uma série de textos anteriores de D. Manuel Clemente, entre os quais homilias, intervenções em conferências, mensagens e outros textos, todos feitos a partir de 2013, altura em que o bispo assumiu o patriarcado de Lisboa. Entre os temas discutidos, incluem-se o amor, a Europa, a globalização, a xenofobia, o 25 de abril e o Papa Francisco.