Milhares de cubanos e líderes da América Latina e África concentraram-se na praça da Revolução, em Havana, na noite de terça-feira, antes de as cinzas de Fidel Castro serem levadas a percorrer o país.

“Longa vida à revolução!” e “Fidel! Fidel!” foram alguns dos slogans escutados na praça da Revolução, local onde o antigo líder cubano proferiu muitos dos seus longos discursos.

Uma imagem de grande dimensão do antigo líder cubano, jovem e de barba comprida, com uniforme militar e espingarda, foi colocada na Biblioteca Nacional, enquanto o seu irmão e sucessor, Raul Castro, acenava à multidão.

O Presidente do Equador, Rafael Correa, elogiou a ideologia de Castro, lançando à multidão: “Continuaremos a lutar por estes ideais. Juramos!”.

Já o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, considerou que Fidel permanece “invicto” e está “absolutamente absolvido pela história”.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que o líder da revolução cubana “não morreu”, “está mais vivo do que nunca” e é “mais necessário do que nunca”, sublinhando que “Fidel mostrou ao mundo que não há um império perpétuo nem poder imperial”.

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Também o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, enalteceu Castro como “um dos grandes heróis do século XX”, citando a sua oposição ao ‘apartheid’ e o destacamento de tropas cubanas para apoiar o Governo de Angola contra os rebeldes em 1975.

Já o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, considerou que o líder cubano mostrou ao mundo que “o caminho do socialismo não está coberto de rosas”, permitindo a outros países aprender com “os seus feitos e reveses”.

Mas muitos líderes mundiais evitaram o tributo, destacando o legado dividido de uma figura central da Guerra Fria. Até os presidentes de nações amigas como a Rússia, China e Irão não estiveram em Havana para esta homenagem oficial, tendo optado por enviar representantes.

Fidel Castro — que governou desde 1959 até entregar o poder ao seu irmão em 2006 — morreu na sexta-feira aos 90 anos. A causa da morte não foi ainda anunciada.

Depois das cerimónias de terça-feira em Havana, a urna com as cinzas de Fidel Castro será levada numa “caravana da liberdade” por todo o país, reconstruindo a rota realizada pelo seu movimento de guerrilha para celebrar a revolução que acabou com o regime de Fulgencio Batista em 1959 e instaurou o comunismo em Cuba.

As comemorações terminam no sábado, quando a urna chegar à cidade de Santiago de Cuba, onde Marti, o herói da independência alcançada no século XIX, está sepultado.