Apesar de a ilha estar de luto pela morte de Fidel Castro, prestando homenagens ao homem que liderou a revolução comunista e esteve à frente do país durante 50 anos, há quem não acredite que Fidel tenha mesmo morrido no dia 25 de novembro. A ex-nora do ditador é uma dessas pessoas.
Idalmis, ex-mulher de Aléx Castro, filho mais novo do ditador, contou ao El Español que não acredita que Fidel tenha mesmo morrido no dia 25 de novembro – dia que coincidiu com o início da revolução cubana liderada por Fidel Castro em 1956 – e apresenta argumentos para sustentar a sua opinião.
Ela começa por perguntar “alguém viu o cadáver?” Na verdade, o corpo de Fidel Castro não foi mostrado publicamente, mas isso até pode ser explicado. A própria Idalmis admite que o próprio Fidel pode ter pedido, expressamente, para que o seu cadáver nunca fosse exposto para “não dar a satisfação aos seus inimigos de o verem morto”.
No entanto, a ex-nora de Castro questiona-se sobre uma decisão do governo cubano. “Todos os altos mandatários da revolução tiveram este tipo de despedida: o cadáver era exposto no Memorial José Martí e os cubanos passavam para lhe dar um último adeus. No caso de Fidel, o corpo foi cremado e o que estão a expor, e que vai dar a volta ao país para que os cubanos se despeçam, é uma urna.”
Um timing perfeito?
Idalmis, psicóloga de profissão e a residir em Barcelona, apresenta então o argumento que sustenta a sua teoria. O dia da morte de Fidel Castro coincidiu exatamente com o dia do início da revolução cubana, em 1956 – quando a 25 de novembro Fidel Castro, juntamente com um grupo de guerrilheiros, do qual faziam parte Raul Castro e Che Guevara, fizeram a primeira tentativa para derrubar o regime de Fulgêncio Batista. No dia em que morreu, passavam exatamente 60 anos dessa data que marcou na história cubana. Caso para Idalmis falar no timing perfeito.
O futuro de Cuba depois de Fidel é a questão que agora mais se coloca. Idalmis diz que tudo permanecerá na mesma. “Em Cuba vive-se um regime opaco e imprevisível que faz o que quer”. Idalmis assegura ainda que “Raul Castro fez de Cuba o seu grande negócio. Nem a ele nem a ninguém que esteja à sua volta interessa que as coisas mudem. Estão muito bem assim. Estão a fazer uma grande fortuna à conta dos cubanos.”
Além disso, a mulher que outrora pertenceu ao clã Castro comenta ainda a forma como o luto está a ser feito em Cuba. “Não é espontâneo. Chegam-nos mensagens desde Cuba onde nos contam que foi proibido a venda de álcool estes dias, não fosse alguém celebrar”.
A psicóloga manifestou na sua página de Facebook o que pensa, tanto sobre o regime cubano, como sobre as várias manifestações de luto que acontecem em Cuba por estes dias:
Idalmis fez ainda um vídeo onde pede para que o povo cubano se una para acabar com a ditadura:
A ex-nora do ditador revelou que, apesar de não concordar com a ideologia política do sogro, e de chocarem bastante quando discutiam política, Fidel sempre foi respeitoso e cordial com ela. Até usava uma alcunha: “Como era a nora mais jovem chamava-me ‘a muchachita’ e nunca tivemos problemas”.
Mas se a cordialidade pautava a relação que tinha com o ex-sogro, já a relação com mãe de Aléx Castro, Dalia Soto, foi sempre bastante crispada. A psicóloga diz mesmo ter sido “dura”. “Culpava-me sempre de qualquer coisa”, desabafou Idalmis. No entanto, acredita que não era “nada pessoal, porque comportava-se assim com todas as noras: nenhum dos seus filhos pôde ser feliz com uma mulher”, revelando ainda que isso contribuiu bastante para a degradação da sua relação com Aléx Castro.
Artigo corrigido no dia 2 de dezembro. Idalmis duvida da data do dia da morte de Fidel Castro, e não da morte.