Até pode nem ser completamente vidrado em rankings, ou pode até mesmo ser bastante crítico em relação à lista que resulta de uma ordenação de escolas básicas e secundárias, públicas e privadas, com base nas notas dos alunos em exames nacionais, mas a verdade é que, tal como aqueles que vibram com esta informação, vai, quase de certeza, querer espreitar e saber em que lugar está a escola que frequentou no passado e como compara com as outras, ou vai querer saber que posição ocupa a escola ao lado de sua casa ou para onde quer que os seus filhos vão estudar. Isto, ou saber qual é a escola mais bem classificada e perceber porquê.
E para dar resposta a estas perguntas que vão surgindo e matar a curiosidade de muitos, o Observador publica, este ano, pela primeira vez, e em colaboração com a Nova SBE, o ranking das escolas do 9.º ano e do secundário. É um elemento interativo e portanto pode simplesmente rolar a lista inteira das 1.105 escolas básicas com dados ou das 547 escolas secundárias consideradas, ou então navegar, utilizando os filtros, por concelho, por tipo de ensino (público ou privado), ou por disciplina (duas do 9.º ano e 9 no secundário), ou indo diretamente ao seu concelho, no mapa. Clicando sobre cada escola pode descobrir ainda mais informação sobre a mesma, numa ficha individual criada para cada estabelecimento.
As grandes conclusões que resultam da leitura dos rankings elaborados pelo Observador/ Nova SBE, publicados este sábado, são que entre as 50 melhores escolas secundárias oito são públicas, sendo que a primeira pública aparece em 35.º lugar. É a Escola Básica e Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, onde o Observador passou uma tarde e percebeu que o sucesso é alcançado com exigência e “afetos”. Mas se ordenarmos as escolas pela promoção do sucesso escolar, aí a composição dos primeiros lugares altera-se, com mais escolas públicas misturadas. O Observador foi conhecer a Escola Básica e Secundária de Arga e Lima, em Viana do Castelo, que aparece no terceiro lugar.
Já o primeiríssimo lugar do ranking do secundário é preenchido pelo colégio privado Nossa Senhora do Rosário, no Porto, onde o Observador também esteve à conversa com alunos, diretores, professores, pais e auxiliares.
No que toca ao 9.º ano, também os privados voltam a dominar os primeiros lugares do ranking, com o Colégio Novo da Maia a alcançar os melhores resultados e a primeira pública a surgir só no 35.º lugar, tal como nas secundárias — é a Escola Secundária D. Manuel, em Beja. Um dado a sublinhar é que quase metade das escolas apresenta média negativa combinada dos dois exames.
Voltando ao 12.º ano, e aproveitando os dados disponibilizados pela Direção Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGECC), é possível perceber que há 14 escolas que nos últimos cinco anos apresentaram sempre uma média de notas internas (que resultam da avaliação dos professores) desalinhada para cima, face à média das escolas cujos alunos tiveram igual desempenho nos exames nacionais. Notas inflacionadas ou indicador “falacioso”?
Verdade é que as notas internas dos alunos são normalmente mais altas do que as notas nos exames. E disso mesmo dão conta Ana Balcão Reis e Catarina Ângelo da Nova SBE. Na versão preliminar do estudo Gender gaps in different grading sytems: evidence from Portugal, a que o Observador teve acesso, é possível ainda perceber que as raparigas saem normalmente mais beneficiadas na atribuição de notas pelos professores do que os rapazes.
Estas e outras informações podem ser encontradas neste conjunto de artigos que o Observador preparou para o deixar o mais informado possível sobre o tema, quer seja aluno, pai, diretor ou professor.