A Procuradoria-geral da República (PGR) confirmou esta noite a realização de buscas relacionadas com o Montepio Geral e o antigo Banco Espírito Santo. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) investiga o “financiamento concedido” pelos dois bancos a um fundo envolvido em negócios de imobiliário.
Em comunicado, a PGR refere que as buscas foram motivadas por suspeitas da prática de crimes de burla qualificada, abuso de confiança, branqueamento, fraude fiscal e, eventualmente, corrupção. Acrescenta que foram constituídos dois arguidos — como é hábito, sem apontar nomes — e sublinha que “nenhuma dessas buscas teve lugar em instalações do Montepio Geral”.
A edição diária do Expresso avançou esta quinta-feira que as buscas estavam relacionadas com a administração de Tomás Correia no Montepio, que se prolongou até 2015. O jornal referia que o DCIAP suspeita de um favorecimento a José Silvério, empresário e construtor civil da Amadora.
Já em 2013 Silvério tinha visto ser arquivado um processo em que era investigado por suspeitas de corrupção ativa sendo que Joaquim Raposo, então presidente da câmara da Amadora, seria suspeito de corrupção passiva. Nada foi provado e o caso foi arquivado.
Já no final do ano passado, o Banco de Portugal acusou Tomás Correia (e Almeida Serra, ex-administrador do Montepio) de não ter cumprido os deveres de diligência no que toca à prevenção de lavagens de dinheiro. Estas acusações do supervisor da banca vão ser agora contestadas pelos visados, seguindo-se uma decisão final do conselho de administração do Banco de Portugal.