Mariana Leirinha, adolescente de 13 anos que tinha desaparecido há uma semana em Ponte de Lima, foi esta sexta-feira resgatada em Ílhavo, Aveiro. A PJ deteve um homem de 24 anos durante o resgate, conhecido no local onde reside como “Escadote”.

De acordo com um comunicado da PJ, “a menor encontrava-se no interior de uma residência, na zona de Aveiro, acompanhada por um homem de 24 anos, sem ocupação profissional e amplamente referenciado pela prática de crimes de natureza sexual envolvendo menores de idade”. “O detido, residente na zona onde a menor foi localizada, encontra-se indiciado pela prática de, pelo menos, um crime de rapto agravado e vai ser presente a interrogatório judicial [este sábado, no Tribunal de Viana do Castelo] e aplicação de medidas de coação tidas por adequadas”, acrescenta.

PJ diz que suspeito de rapto de menor de Ponte de Lima tem perfil de “predador sexual”

O diretor da PJ de Braga , Gil Carvalho, afirmou ao início da noite, em declarações à imprensa, que o homem detido tem o perfil de “predador sexual” através da Internet. Além do crime de rapto agravado, Gil Dias explicou que “podem estar em causa mais crimes”, acrescentando que o detido está já “identificado em meia dúzia” de outras situações idênticas, “mas é muito provável que muitas outras possam ser identificadas” com o decorrer da investigação a “Escadote”.

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Conforme comunicámos, temos essa indicação de crime de rapto agravado e estamos em busca de mais elementos, também relacionados com crimes contra o património. Existe meia dúzia de situações em que também é suspeito e outros em que poderá ser identificado. Este tipo de casos deve ser falado por causa dos cuidados a ter com as crianças, em termos de Internet e redes sociais. Existe muitas vezes aquilo que se fala de perfil de predador sexual nas redes, que aparece como alguém belo e esbelto e leva ao engano as vítimas. Neste caso, o consentimento é irrelevante tendo em conta a idade, apenas treze anos”, acrescentou o diretor da PJ de Braga.

O alerta via Facebook como chave da investigação

Segundo o Jornal de Notícias, terá sido a própria adolescente a dar pistas sobre o seu paradeiro através do Facebook à família na noite de quinta-feira. As informações foram desde logo partilhadas com a equipa que dirigia as investigações.

De acordo com o Correio da Manhã, o detido terá oferecido alguma resistência quando confrontado pelos investigadores, recusando-se a divulgar o paradeiro da menor. Os dois ter-se-ão conhecido através das redes sociais, prática habitual no suspeito que alegadamente mentia sobre a sua idade para tentar marcar encontros com menores. Recorde-se que, na passada terça-feira, fontes da PJ tinham garantido ao Jornal de Notícias que não havia suspeitas de rapto, deixando em aberto a possibilidade de se tratar de um caso de abuso sexual.

Os familiares contactados ao longo da semana acreditavam num aliciamento via redes sociais.

Uma longa semana de buscas

A jovem, residente da freguesia de Beiral de Lima, tinha desaparecido na passada sexta-feira. Após sair de casa, apanhou como era normal o autocarro dos transportes escolares para ir para as aulas mas acabou por nunca chegar à escola. A GNR iniciou logo aí as buscas, após o alerta dos pais ao final do dia. A mãe da menor terá dito ao Correio da Manhã que lhe faltavam vinte euros na carteira, “além de umas sapatilhas fluorescentes e alguma roupa”.

Logo aí, surgiu a informação de que Mariana Leirinha teria perguntado ao motorista do autocarro qual seria a melhor forma de chegar a Braga. O telemóvel da jovem teria sido desligado pelas 17 horas da última sexta-feira, sendo que, antes, terá pedido o telefone de uma amiga para ligar a uma pessoa amiga, na altura desconhecida. O último sinal terá sido apanhado em Vagos.

A jovem era procurada por uma equipa que integrava a GNR de Viana do Castelo e a Polícia Judiciária de Braga, tendo a busca sido alargada a Aveiro onde viria a ser encontrada.