O ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, garantiu este sábado que não negociará com o grupo separatista basco ETA a entrega de armas que, sublinhou, deve ser incondicional.

“A única solução para um desarmamento em respeito com a lei é informar as autoridades sobre a localização dessas armas”, considerou Le Roux, em comunicado, respondendo ao anúncio de que a ETA poderá prestar esta informação no próximo dia 8 de abril.

Além disso, o governante francês sustentou que a intenção da ETA de depor as armas, após décadas de violência, “não será sujeita a quaisquer negociações”.

Le Roux falava um dia depois de o chefe do Governo regional basco ter pedido a Paris e a Madrid para ajudar a mediar conversações com o grupo, que anunciou que iria entregar as armas em troca de amnistias e melhores condições para membros presos.

O líder do governo basco, Inigo Urkullu, confirmou na sexta-feira a possibilidade de a ETA estar pronta para entregar as armas a 8 de abril, e disse esperar que seja “definitivo, unilateral, irrevogável, completo e legal”.

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O executivo de Madrid, grande opositor da ETA, reagiu com escárnio, exigindo ao grupo que simplesmente se dissolva e nunca mais volte a aparecer.

Fontes do Governo de Mariano Rajoy, citadas pela agência espanhola EFE, valorizaram a rejeição do executivo francês a qualquer negociação com a ETA.

A ETA, fundada em 1959 e considerada um grupo terrorista pela União Europeia, tem procurado negociar a sua dissolução em troca de amnistias ou melhores condições prisionais para os seus cerca de 350 membros presos em Espanha e França.

Ao longo de quatro décadas, os atentados à bomba e tiroteios perpetrados pelo grupo separatista, que reivindicava um país Basco independente, terá causado a morte a 829 pessoas.