O Presidente da República deseja que o ministro das Finanças permaneça no cargo e não opte por ir presidir ao Eurogrupo, conforme hipótese noticiada recentemente. “Acho que seria uma má solução para Portugal, porque o ministro das Finanças faz falta em Portugal, com o devido respeito que há pela presidência do Eurogrupo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma homenagem às atrizes Laura Soveral e Adelaide João, na Casa do Artista, em Lisboa.
O Chefe de Estado português sublinhou ainda haver por resolver “ativos problemáticos no sistema financeiro” e a necessidade de consolidar e afirmar a política financeira e de crescimento. “Mudar um ministro das Finanças a meio do percurso não me parece uma boa ideia, mas o primeiro-ministro não me falou disso. Penso que isso terá passado pela cabeça de alguém em Bruxelas, eventualmente, mas foi um vento que passou e já foi”, afirmou.
Também o primeiro-ministro, António Costa, já se mostrou cético relativamente a esta ideia. “Neste momento, com tanta coisa a negociar com Bruxelas e Frankfurt, é preferível não ter o ministro preso à presidência. Para já não é uma prioridade”, afirmou fonte do Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que “esta não é a altura para estar a mudar de ministro das Finanças, mas isso é um problema do primeiro-ministro”, acrescentando que António Costa não lhe comunicou nada, algo que desejou que continuasse assim.
Quem se mostrou agradado com a possibilidade de Centeno assumir a liderança do Eurogrupo foi o comissário europeu Carlos Moeda, que afirmou, em declarações ao Observador, que gosta “de ver portugueses em lugares de destaque na Europa”.
Centeno líder do Eurogrupo? “Gosto de ver portugueses em lugares de destaque”