O glúten tem sido apontado como um dos principais inimigos para a saúde. Por necessidade ou por opção, há cada vez mais quem escolha seguir uma dieta ‘gluten free’. Um estudo da Universidade de Harvard, publicado na revista médica britânica British Medical Journal, conclui que a restrição do glúten só se justifica nas pessoas que são intolerantes.

A investigação acompanhou mais de 100 mil pessoas durante 26 anos. Ao longo desse tempo procuraram avaliar o impacto do glúten na saúde nas pessoas que não tivessem razões clínicas para o evitar e se esse consumo poderia estar na origem do desenvolvimento de alguma doença cardiovascular, algo que estes investigadores de Harvard concluem agora não estar diretamente relacionado.

Defendem mesmo que, ao evitar o glúten retirando da alimentação quotidiana alimentos com cereais, podem estar a potenciar esses problemas de saúde. Tomar esses alimentos completos pode ser, aliás, bastante benéfico, reforça o mesmo estudo, citado pelo espanhol ABC: reduz risco de enfarte ou de diabetes tipo 2, por exemplo.

Consumido desde que há memória e presente nos mais conhecidos alimentos, o glúten é uma das proteínas que encontramos na maior variedade de hidratos, especialmente os cereais.Quando intolerado, o glúten leva a que o organismo não absorva corretamente os nutrientes. A sua má digestão pode depois provocar dor e inchaço abdominal e outras complicações como a diarreia, prisão de ventre ou inflamações intestinais. A retirada do glúten da alimentação tem sido, então, justificada para quem tenha esta patologia, ou seja, o doente celíaco.

O que é uma doença celíaca

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É uma doença auto-imune que ocorre em indivíduos com predisposição genética causada pela permanente sensibilidade ao glúten. O glúten é um conjunto de proteínas contidas sobretudo em cereais como trigo, cevada ou centeio. Com o amido, constitui uma grande parte da reserva energética da semente. Alguns indivíduos apresentam uma intolerância ao glúten, chamada também de doença celíaca, informação que se pode encontrar na Associação Portuguesa de Celíacos.

Os responsáveis pelo estudo realçam que este é um estudo de observação e que, por isso, não devem ser retiradas conclusões causa-efeito, mas desaconselham, no entanto, a reprodução de dietas isentas de glúten para quem não tenha essa necessidade.

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