A Portugal Telecom, desde 2015 detida pela franco-israelita Altice, quer dispensar cerca de um terço dos trabalhadores, o que equivale a um número próximo de 3.000 pessoas. A notícia é do Expresso, que acrescenta que o Governo já foi sondado sobre a intenção da empresa e que a recebeu com apreensão.
O número de trabalhadores que a empresa pretende dispensar, via rescisão contratual, está muito acima do permitido por lei, a menos que o Governo (o Ministério do Trabalho e Segurança Social (MTSS) aceite atribuir à Portugal Telecom o estatuto de empresa em reestruturação. Só dessa forma as pessoas poderiam ter acesso a subsídio de desemprego. Já saíram da PT cerca de mil pessoas desde que a Altice comprou a empresa, há cerca de dois anos, através de rescisões negociadas.
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Ainda assim, o Expresso, que não especifica onde obteve a informação, indica que não houve ainda um pedido formal de apreciação a dar entrada no ministério. E fonte oficial da PT diz que não existiram, sequer, conversas informais sobre isto. “A PT caminhará sempre no sentido de adequar em qualidade e quantidade a sua força de trabalho às necessidades do mercado. Sairão alguns trabalhadores e entrarão outros, com diferentes qualificações, mais adequadas às exigências do futuro”, afirmou a PT, acrescentando que “não estamos em tempo de colocar vários milhares de trabalhadores em casa com salários e deixar outros a trabalhar sem a justa compensação”.
Em 2014, quando a Altice se preparava para fazer uma oferta pela PT, Dexter Goei, presidente executivo da empresa, disse num encontro com jornalistas que não iria “manter todas as pessoas nos lugares em que estão”. “O que é preciso é ter uma empresa eficiente. Muitas vezes o problema não está nos custos internos, mas sim nos custos externos”, notou o gestor. “Nalguns casos, não faz sentido continuar a usar esses serviços, noutros, vamos comprar mais coisas aos bons fornecedores”, afirmou Dexter Goei, defendendo que “os recursos humanos não são o problema. Não vamos fazer grandes revoluções no negócio, apenas trazer algumas práticas que consideramos as melhores”.
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