Uma fábrica de chocolates da marca Cadburry, localizada em Dunedin, na Nova Zelândia, conseguir angariar 3,3 milhões de dólares (cerca de 2,68 milhões de euros), através de uma campanha de crowdfunding.
A Mondalez International anunciou, em fevereiro, que planeava fechar a fábrica sediada em Dunedin. Se o plano avançasse, cerca de 350 trabalhadores ficariam sem o emprego e toda as produções chocolateiras seriam transferidas para outras centrais industriais na Austrália.
Jim O’Malley, conselheiro local de Dunedin e empresário, não se contentou com esta decisão e iniciou uma campanha de crowdfunding para salvar a fábrica, que já conta com 80 anos de história e tradição.
Apesar de estar a trabalhar de forma independente em relação ao concelho de Dunedin, onde trabalha, não avançou completamente sozinho. Uma equipa de voluntários, que recebe ações na empresa como remuneração, está a ajudá-lo. O objetivo inicialmente estabelecido era atingir os 20 milhões de dólares em duas semanas. O dinheiro seria usado para comprar equipamentos de produção de chocolate e um estabelecimento industrial de menores dimensões, no norte de Dunedin.
Porém, o empresário foi surpreendido pela solidariedade que a sua iniciativa despertou, não só nas comunidades locais.
Estava muito preocupado. Isto poderia ser um fracasso total e poderia não haver donativos”, disse O’Malley ao The Guardian.
O’Malley considerou importante ressalvar que todo o dinheiro que a Cadburry de Dunedin recebesse seria visto como um investimento e não como uma doação.
A campanha de angariação de fundos foi iniciada na passada quarta-feira, dia 6 de junho, e conta já com 3,3 milhões de dólares, o que representa cerca de 2,68 milhões de euros. O dinheiro veio de aproximadamente 2000 “investidores”.
Segundo os relatos do empresário, um quarto dos fundos teve origem em Auckland e o maior de todos, até à data, foi de 50 mil dólares (cerca de 45 mil euros). Porém, destacou que os investimentos provenientes da América do Norte, Inglaterra e Austrália, foram igualmente relevantes.
As pessoas estão a aderir um pouco por toda a Nova Zelândia e pelo mundo. O fabrico de chocolate em Dunedin é visto como uma parte da nossa identidade nacional”, acrescentou o conselheiro.
Porém, a grande Mondalez, detentora da Cadburry, admitiu já ter propostas de empresas concorrentes para assumir os comandos da confeção dos chocolates, e outros produtos, desta fábrica.
Steve Anderson, CEO da FoodStuffs da South Island, a maior organização de supermercados da Nova Zelândia, disse que a sua empresa apoia a 100% a iniciativa da comunidade para salvar a fábrica de chocolates.
Damos os parabéns à sua iniciativa e se, a sua oferta for bem sucedida, a FoodStuffs ficará bem atrás deles e trabalhará com eles para se instalarem. Nós ajudaremos a colocar o produto em prateleira, e a promovê-los para milhões de pessoas”, disse Anderson.
O’Malley disse que se o acordo seguisse em frente a sua empresa estava pronta para empregar entre 25 a 50 produtores experientes de chocolate em Dunedin e estaria em produção em agosto de 2018, disse ao Otago Daily Times.
É a oportunidade ideal para investir num negócio viável e em simultâneo na comunidade”, acrescentou.