Há um tópico na rede social Reddit com o seguinte titulo: “O Nick deve ter alguma doença, certo?” Parágrafos e parágrafos de discussão depois, alguém respondeu, com humor: “Tem musicianitis.”

Durante todo o concerto dos Pond, que abriu o palco principal do segundo dia do NOS Primavera Sound, foi difícil tirar os olhos Nick Allbrook. Andrógino, irrequieto, ele contorce-se, faz caras feias, dá passos atrás e à frente, como se a música lhe desse choques. Canta, dá gritinhos, toca guitarra, toca baixo, agarra no microfone e sobe para cima do público. Hipnotiza. Ele e o psicadelismo que os cinco nos touxeram da Austrália.

Em boa hora o fizeram. Desde a abertura, com “30000 Megatons”, até à canção que dá nome ao novo álbum, “The Weather”, saído em maio, os Pond deram uma injeção de rock àqueles que dela precisavam, desesperadamente, depois de um primeiro dia muito focado no hip-hop, no R&B e na eletrónica. Fazem lembrar, por vezes, os Tame Impala, ou os seus percursos não estivessem intimamente ligados. Mas “por vezes” são duas palavras importantes aqui.

© ANDRÉ CARRILHO/OBSERVADOR

Não dá para imaginar Nick Allbrook como membro de digressão dos Tame Impala, papel que desempenhou até 2013. Não dá para pensar naquela figura em outro lugar que não o centro das atenções. Não dá para adivinhar quando é que os Pond vão voltar a Portugal, de preferência com mais tempo para tocar, mas aguardamos pelo reencontro.

Por falar em reencontros, à uma da manhã há mais uma boa injeção para quem dela precisar, e de mais uma banda australiana: King Gizzard & The Lizard Wizard.

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