A Coreia de Norte negou qualquer tortura ao estudante norte-americano Otto Warmbier, durante o período de mais de um ano em que esteve a cumprir a pena de 15 anos de trabalhos forçados no país. O estudante, que estava em coma há mais de um ano, acabou por morrer na passada segunda-feira, cinco dias depois de ter chegado a Ohio, nos Estados Unidos.
A Coreia do Norte considera-se “a grande vítima” e culpa a família pela morte de Warmbier.
Embora não tivéssemos nenhuma razão para demonstrar misericórdia a um criminoso inimigo do estado, fornecemos-lhe tratamentos médicos e cuidados com toda sinceridade em bases humanitárias até seu retorno aos EUA, considerando que a sua saúde piorou”, disse um porta-voz do ministro do Negócios Estrangeiros, não identificado.
A informação divulgada esta sexta-feira através de declarações à KCNA, a agência de notícias oficial da Coreia do Norte foi a primeira reação do país desde a morte de Warmbier.
O porta-voz disse que houve uma especulação “sem fundamento” de tortura e violência que poderia ser provada com o facto de Warmbier ter os “indicadores de saúde como pulso, temperatura e respiração e os resultados de exame do coração e pulmão normais”. “O relatório não mencionou o estado neurológico de Warmbier”, disse ainda.
O porta-voz disse que o facto de Warmbier ter morrido “de repente” em menos de uma semana de ter regressado aos EUA “é um mistério” também para a Coreia do Norte.
Para deixar claro, somos a maior vítima deste incidente e não haveria julgamento mais ridículo do que pensar que nós não sabemos como calcular ganhos e perdas”, disse ainda.
O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu tratar-se de uma “campanha de difamação encenada nos EUA”.
Otto Warmbier, de 22 anos, tinha sido condenado a 15 anos de trabalhos forçados por “atividades hostis” e conspiração contra a unidade da Coreia do Norte, depois de ter admitido que roubado um cartaz decorado com uma palavra de ordem de cariz político num hotel em Pyongyang, em janeiro de 2016.