O primeiro-ministro pediu a um ‘focus group’ uma avaliação do impacto que a tragédia dos fogos de Pedrógão Grande teve na sua popularidade e do seu executivo. Foi um pedido específico de António Costa para medir os eventuais danos que os eventos da última semana e as polémicas e contradições dos últimos dias possam ter causado à sua imagem, avança o jornal i na sua edição de hoje (link não disponível).
O resultado das primeiras análises desse ‘focus group’, encomendadas pelo governo após os incêndios que resultaram em 64 mortos, terão concluído que a popularidade do governo não foi penalizada. “Os portugueses estão a compreender a posição do primeiro-ministro e não o culpam pelas falhas do Estado”, adianta o mesmo jornal.
Uma conclusão que parece contrastar com o coro de críticas que rodeou o governo, em especial o primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna Constança Urbano de Sousa, esta quarta-feira no Parlamento. “A pergunta política que é preciso fazer é: como foi possível acontecer esta tragédia? O primeiro-ministro tem que ter responsabilidade — se tem versões contraditórias [sobre o que aconteceu em Pedrógão Grande], tem que sentar todos à mesma mesa. Não há ninguém no governo que ponha ordem na casa? A confiança está destruída e continuará destruída”, acusou Assunção Cristas.
A presidente do CDS e candidata à presidência da Câmara de Lisboa foi, aliás, bastante mais dura no tom do que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, nas interpelações feitas no debate parlamentar de ontem. Apesar disso, as conclusões do ‘focus group’ apontam no sentido contrário, concluindo que a popularidade do governo, para já, não foi afetada pela tragédia dos incêndios.