A líder do Bloco de Esquerda pediu ao primeiro-ministro uma resposta “rápida” sobre a substituição dos três secretários de Estado que pediram a sua exoneração e diz que a alteração no Governo tem “sensibilidade neste momento”. Já o PCP e os Verdes dizem que seja qual for a alteração no elenco governativo, o que interessa são as políticas.
Em declarações no Porto, Catarina Martins disse aguardar “que o primeiro-ministro anuncie qual a solução do Governo, como vai ficar o Governo, se vamos ter uma remodelação. Acho que o país precisa de uma resposta mais cedo e não mais tarde. Compreende-se a sensibilidade desta alteração neste momento”, declarou a líder do BE.
O país aguarda agora que o primeiro-ministro diga de forma rápida como será o Governo a partir de agora”
Há um ano, o Bloco não pediu a demissão dos secretários de Estado, que tinham ido ver a final do Euro 2016, a Paris, pagos pela Galp, bem como o PCP. Entre os comunistas, António Filipe refere agora que “mais do que as pessoas nos cargos”, o que o partido quer são políticas. “Sejam quais for que temos como interlocutores, o PCP continua a debater-se pelas políticas que correspondam às necessidades do povo português”, referiu o deputado que frisou que “a questão da composição do Governo é da responsabilidade do primeiro-ministro”.
Contactada pelo Observador, Heloísa Apolónia, dos Verdes, foi no mesmo sentido, colocando especial peso no Orçamento do Estado. “Estas demissões não põem em causa as negociações dos Verdes com o Governo em relação ao próprio Orçamento do Estado”. “O que importa são as políticas prosseguidas”, disse ainda Heloísa Apolónia.
Já no Bloco, Catarina Martins recordou que, quando a polémica das viagens pagas pela Galp rebentou, o seu partido achou “reprovável qualquer confusão entre o exercício da função pública e os negócios provados”. A propósito, Catarina Martins lembrou agora que no Parlamento está a debater-se, em comissão, um pacote para a transparência onde está incluída. uma proposta do BE para a criação de uma Entidade da Transparência. “Vamos acabar a sessão sem que os outros partidos tenham avançado” nesta matéria, lamentou a bloquista.
Catarina Martins recusou responder à questão sobre se este seria o timing para uma remodelação mais profunda do Governo: “Não vou dizer mais nada”. E sobre o eventual atraso que a saída do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, possa trazer para a negociação do Orçamento do Estado, a líder do BE disse apenas que “os orçamentos têm prazos que são conhecidos e são para ser cumpridos”. Também nos Verdes, Heloísa Apolónia considera que as mudanças no Governo afetam “em nada” as negociações do Orçamento.
Artigo atualizado com declarações de António Filipe e Heloísa Apolónia