O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, percorreu esta quarta-feira alguns concelhos do Tâmega e Sousa, onde encontrou nas vindimas “uvas maravilhosas” que prometem “grandes vinhos”.
As uvas que estão a chegar às adegas, como tivemos oportunidade hoje de verificar numa visita pela região, são maravilhosas, podiam estar às nossas mesas, são cachos lindos, são uvas com muito boa maturação, em ótimo estado sanitário e cabe agora aos enólogos transformá-las em grandes vinhos, que é o que esperamos”, afirmou o dirigente.
A Lusa esteve numa vindima manual na Quinta de Vila Verde, em Lousada, cujas vinhas estão arrendadas ao grupo “Casa Santos Lima”, sediado em Lisboa, acompanhando presidente da CVRVV. As vinhas apresentavam elevadas quantidades de fruto, as maiores de sempre, segundo os vindimadores que trabalhavam nas vindimas.
Diogo Sepúlveda, enólogo da quinta, falou da elevada qualidade das uvas, de várias castas, desta campanha, nomeadamente arinto e trajadura, destacando o elevado grau do fruto e a boa condição sanitária. O técnico foi exibindo cada cacho e cada uva que dava a provar, cujo sabor adocicado deixa adivinhar um grau elevado. Diogo Sepúlveda previu nos 50 hectares de vinha a produção de cerca de 500 mil garrafas de vinhos de elevada qualidade, 90% dos quais, disse, para exportação.
À Lusa, Manuel Pinheiro acrescentou que a produção em toda a região dos vinhos verdes também aumentou e deverá ser a maior da década, com uma subida superior a 20%.
“Em boa verdade, é o melhor dos últimos dez anos”, destacou, frisando que o resultado alcançado decorreu da meteorologia, que “ajudou muito”, mas também do facto de a região ter hoje “vinhas novas com ótimas uvas”.
Para o presidente da CVRVV, a elevada produção e qualidade desta campanha acaba por ser uma feliz coincidência, porque em 2018 a comissão vai assinalar 110 anos de existência.
Felizmente vão ser grandes vinhos”, concluiu.
Este ano, as exportações de vinho verde deverão aproximar-se dos 60 milhões de euros, com um aumento das vendas de cerca de 7%, segundo a comissão. Os Estados Unidos são o maior cliente do vinho verde.