A startup portuguesa Raize está a preparar-se para dispersar capital em bolsa no próximo ano. O objetivo é que a maior bolsa nacional de empréstimos a pequenas e médias empresas (PME) chegue a mais investidores. Neste momento, a empresa fundada por António Marques, Afonso Fuzeta Eça e José Maria Rego conta com mais de 14 mil investidores que já investiram em mais de 500 ações de mercado.

“A Raize está totalmente preparada para este novo desafio, tanto ao nível do modelo de negócio como da capacidade de cumprimento de todos os requisitos. Em termos regulatórios, a Raize opera uma instituição de pagamentos que é supervisionada pelo Banco de Portugal. Com a entrada em bolsa, a empresa estaria também sujeita à supervisão da CMVM”, afirma em comunicado José Maria Rego.

No total, estes 14 mil investidores investiram mais de 10 milhões de euros em empresas desde 2014. O volume de atividade da Raize cresceu mais de 150% face ao ano passado. “O crescimento é para manter. Somos hoje um dos financiadores de referência das micro empresas em Portugal e uma das melhores alternativas de investimento para particulares. Vamos continuar a inovar no mercado, a lançar novos serviços o que nos vai ajudar a manter este ritmo de crescimento e ganhar ainda mais quota de mercado”, acrescentou José Maria Rego.

Com este IPO (admissão em bolsa) em 2018, a Raize pretende alargar a base acionista que já conta com os fundadores da empresa, a SIMUM, a PARTAC, a Parinama e o investidor Luís Delgado, ex-dono da revista Time Out em Portugal, que deu origem ao projeto no mercado da Ribeira.

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“Quando olhamos para trás, a ida para a bolsa do BCP em 1987 foi um dos fatores que ajudou a que o banco se tornasse hoje no maior banco privado português. Recebemos contactos semanais de investidores que querem ser acionistas da Raize. Por todos estes motivos, achamos que este é um passo natural para a empresa”, acrescenta José Maria Rego.

Afonso Eça adianta que “esta é uma excelente oportunidade para reativarmos o mercado de ‘IPO’ em Portugal. Não há razão nenhuma para não haver mais empresas portuguesas cotadas na Bolsa. É preciso dinamizar novamente este mercado. A economia portuguesa só tem a ganhar, um mercado de capitais forte e dinâmico é essencial para o crescimento do país”.

Em maio deste ano, o Banco BNI Europa (filial em Portugal do banco angolano BNI) anunciou que nos próximos dois anos queria investir dez milhões de euros em micro, pequenas e médias empresas nacionais (PME), através da bolsa da Raize.

Raize. Mais 10 milhões para investir em micro e pequenas empresas portuguesas

A startup portuguesa foi criada para ser uma alternativa às formas de financiamento tradicionais. A ideia é que em vez de serem os bancos a emprestar dinheiro às PME, sejam investidores particulares. A taxa de juro aplicada a estes créditos varia em função do risco.