O bacalhau continua a marcar presença nas mesas angolanas no Natal, mas o preço, em que um quilograma chega a custar mais de 30 euros, está a afastar muitos clientes, comparativamente com períodos natalícios anteriores. Numa ronda efetuada em vários supermercados da capital angolana, a Lusa constatou que o bacalhau segue em plano de destaque nas prateleiras, com o aproximar da semana que antecede o Natal, com os comerciantes à espera de algum negócio.
No supermercado Martal, centro da cidade de Luanda e que desde o final do período colonial comercializa o bacalhau, o quilograma está a ser vendido a 5.000 kwanzas (26 euros), com o administrador, Manuel Pinheiro, a falar de uma “reduzida euforia”, em comparação aos anos passados.
“O estabelecimento está bem abastecido, mas esta época ainda não há aquela euforia da quadra festiva dos anos anteriores, porque nós estamos a atravessar uma nova época (…) as pessoas estão a mentalizar que o Natal é todos os dias”, aponta. “Estamos em crer que na semana de natal teremos grandes procuras, porque apesar da situação difícil de muitas famílias estamos em crer que a demanda será diferente”, acrescenta. Segundo comerciante, o preço do bacalhau “é igual ao do ano passado”, ainda assim mais em conta do que noutros pontos da cidade.
No supermercado “Agalimentos”, na zona dos Combatentes, em Luanda, a gerência garante ter ‘stock’ para responder à procura, informando que nesta fase as vendas “ainda continuam tímidas”. Por aqui, cada quilograma de bacalhau custa por estes dias mais de 6.700 kwanzas (35 euros).
É ainda possível comprar bacalhau nas grandes superfícies de Luanda a preços mais em conta, como nos hipermercados da rede “Kero”, mas neste caso em menor quantidade. Com menos de 400 gramas de bacalhau vendidas a 1.000 kwanzas (cinco euros), a oferta, conforme se pode observar, ainda não é suficiente para motivar a procura.