A ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, já saiu da Casa dos Marcos. Deixou o edifício da Associação que acolhe pessoas com doenças raras, na Moita, ao volante de um Mercedes cinzento (o seu carro pessoal, segundo disse na entrevista à RTP), ao lado daquele que se pensa ser o marido, que estava completamente disfarçado: envergava um blusão branco comprido, com a gola levantada até ao nariz e com o capuz na cabeça que deixava ver apenas os olhos. Paulo Brito e Costa não fez declarações aos jornalistas. Apenas sorriu e acenou com a mão.
Antes da saída, houve algumas manobras para distrair os vários jornalistas presentes no local, nomeadamente através da troca dos carros usados. À entrada, foi colocado um Volvo preto durante algum tempo no qual entrou um dos seguranças que acompanhavam a ex-presidente. Paula Brito e Costa acabou por sair ao volante do Mercedes cinzento. No carro, um segurança colocou uma caixa de cartão grande e uma mala de computador.
Paula Brito e Costa tinha voltado esta manhã à Raríssimas, na Moita. De acordo com a TVI 24, a demissionária presidente da instituição chegou à Casa dos Marcos acompanhada do marido e de dois seguranças. Passou o dia no local (não foi vista a sair para almoçar, ao contrário dos inspetores da Segurança Social encarregues da investigação à alegada gestão danosa), e terá saído com várias malas, que foram transportadas pelos seguranças.
Cerca de cinquenta funcionários da Raríssimas reuniram-se de imediato à porta das instalações da associação, em protesto com a presença de Paula Brito e Costa e do marido. Em declarações à RTP, um dos funcionários explicou que “esta situação é inadmissível porque com toda esta calamidade a acontecer esperaríamos que a ex-presidente da Raríssimas não comparecesse nas instalações”.
O membro do Gabinete de Comunicação da Raríssimas clarificou que “enquanto [Paula Brito e Costa] aqui estiver, não vão trabalhar, mas claro que assegurando os serviços mínimos porque os utentes não têm culpa e porque tanto o lar como a unidade de cuidados continuados não podem parar”.
Ainda assim, outra funcionária afirmou que estando “chocados com esta situação”, sabem que “até prova em contrário” são “todos inocentes e tudo depende das investigações”.
Paula Brito e Costa demitiu-se do cargo de presidente da Raríssimas na passada semana acusada de gestão danosa mas mantém-se como diretora-geral da associação. Os trabalhadores elaboraram um abaixo-assinado que pede o afastamento da antiga presidente desta posição, mas Paula Brito e Costa declarou, em entrevista ao Expresso, que só sai com uma indemnização.
A Raríssimas marcou uma assembleia-geral para dia 3 de janeiro, que tem como objetivo eleger os elementos dos órgãos sociais que estão em falta.