Naquilo que parece ser uma série de Tweets em resposta ao polémico livro Fire and Fury, que esta sexta-feira começou a circular, Donald Trump defende a sua capacidade mental e descreve-se a si próprio como “um génio”, “um génio muito estável”. O livro em questão conta com relatos de representantes de topo da Casa Branca, que retratam Trump enquanto um presidente desinformado e, por vezes, errático.

O presidente dos Estados Unidos publicou este sábado um conjunto de Tweets onde se leem muitos auto-elogios. “Durante a minha vida, as minhas duas mais-valias têm sido a minha estabilidade mental e o facto de ser muito esperto”, escreve Trump, que diz ter evoluído da posição de um “homem de negócios muito bem sucedido” para “estrela de televisão” e presidente dos Estados Unidos “à primeira tentativa”. “Acho que isso me qualifica não como uma pessoa esperta, mas um génio… um génio muito estável”.

Apesar de não existir uma relação óbvia, as declarações de Trump parecem ser uma reação ao polémico livro que ontem chegou ao mercado, no qual está escrito que Trump não esperava ser eleito, que a sua filha quer ser presidente e que o milionário e dono do canal conservador Fox News, Rupert Murdoch, o considera “um idiota”.

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Para Steve Mnuchin e Reince Priebus, ele é um ‘idiota’. Para Gary Cohn, ele é ‘burro como a m****’. Para H.R. McMaster, ele é ‘um pateta’. A lista continua.”

Excerto do livro.

“Fire and Fury”. Dez histórias surpreendentes do livro que Trump quer proibir

Os autoelogios descritos no Twitter tiveram seguimento numa conferência de imprensa que o presidente deu este sábado, em Camp David. Aos jornalistas, Trump disse ter andando na “melhor faculdade”, que foi “um excelente aluno” e que, uma vez terminados os estudos, “fez milhões de dólares”.

O livro escrito por Michael Wolff, feito com recurso a 200 entrevistas, descreve os bastidores caóticos da presidência de Trump. Na conferência desta tarde, Trump disse não conhecer Wolff, que este nunca teve na Sala Oval e que, à parte de uma entrevista feita há muito tempo para um artigo, os dois nunca conversaram formalmente. “Ele é uma fraude. (…) Considero o livro um trabalho de ficção”, continuou. “As leis contra a difamação são muito fracas neste país, se fossem mais forte não teríamos coisas como estas a acontecer.”

Ficção ou não, a obra está a ser alvo de uma procura tão intensa que a BBC chegou a comparar o lançamento do livro aos da saga Harry Potter. Os clientes que encomendaram o livro através da plataforma Amazon receberam, inclusive, uma mensagem via email onde são avisados de que a entrega será atrasada, “devida a uma procura acima do esperado”, com a empresa a garantir que está a tentar “obter mais stock”.

Este é o livro que os advogados de Trump querem proibir, depois de terem enviado cartas intimidatórias à editora e ao autor da obra. A resposta da editora foi alterar a data da publicação do livro, prevista para dia 9 de janeiro, para esta sexta-feira.

Ainda esta sexta Trump partilhou um Tweet onde descreve Michael Wolff como “um completo falhado” (“total loser”, em inglês) e que o livro está repleto de “falsidades aborrecidas”.