A “Blue Monday” é o dia mais triste do ano e comemora-se, se é que nos podemos referir a ele como uma celebração, na terceira segunda-feira de janeiro. Sim, hoje mesmo. O fim da época natalícia, o tempo frio que se faz sentir e o novo ano que temos pela frente são alguns dos fatores que fazem deste o dia mais triste de 2018.

Cliff Arnall, o investigador que deu origem à “Blue Monday” encontrando a fórmula para calcular quando seria o dia mais triste do ano, vem agora mjudar de opinião e dizer para o utilizarmos como trampolim para a mudança.

Na verdade, as fórmulas são válidas para a generalidade, mas cada um tem que encontrar as suas próprias soluções para a sua vida e necessidades. Cada um precisa de gerir a sua vida de forma útil”, contou Arnall à ABC.

O conceito surgiu em 2005 com uma campanha de marketing da empresa de viagens Sky Travel. Mas é a propósito de uma outra campanha turística, a #StopBlueMonday, das Ilhas Canárias, que Arnall propõe agora tomar uma abordagem diferente.

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O também psicólogo lança, assim, o desafio de utilizar a “Blue Monday” para dizer “acabou”: a ideia é deixar de parte as tristezas e melancolias desta época. Ou seja, o objetivo é “dar a volta à fórmula”. E exemplifica, “se o clima é assustador, procure o sol; se o seu orçamento para o Natal é de apenas 40 euros, lembre-se de que o importante são as pessoas que ama”. A #StopBlueMonday pretende ser um movimento que gera otimismo e a busca pela felicidade.

Os mitos da “Blue Monday”

A verdade é que a fórmula para calcular este dia utiliza fatores reais que afetam o humor. Contudo, segundo o psiquiatra Jaime del Corral, “é uma abordagem arbitrária com certa base, mas com pouca consistência”. O psiquiatra defende que este dia poderia ser em qualquer outro dia de janeiro ou fevereiro, mas que ao dizer às pessoas que este é um dia mau, elas vão automaticamente pensar assim.

Quanto às mudanças de humor, é normal acontecerem nesta altura, com maior stress, fadiga emocional e desmotivação, mas estes fatores não podem ser confundidos com depressão. Ao El Español, o psicólogo Jesús Matos diz que não há evidências de que haja um dia mais triste do ano, embora admita que “as segundas-feiras são difíceis, e que janeiro e o inverno também são difíceis”.

Jesús Matos crê que a “Blue Monday” resulta de um conceito previamente incutido: “Basta pensar nisso, para estarmos predispostos a fazer coisas que nos deixam tristes”. Admite que há uma relação direta entre as atividades agradáveis que fazemos e o nível de bem-estar que sentimos, ou seja, diz que podemos estar mais “em baixo” às segundas-feiras, porque é exatamente o período após o fim de semana, altura em que, normalmente, fazemos mais coisas agradáveis.

De qualquer dos modos, o psicólogo garante que “estar triste é absolutamente normal, necessário e saudável” e que a melhor forma de lutar contra estes sentimentos é “estar ativos”, para que “a tristeza não guie a nossa vida”.