Frank Yao, o gestor do fundo Neuberger Berman China Equity, foi o único que levou o património dos investidores portugueses a render mais de 50% em 2017. A série A em euros desse produto ganhou 61,84%.

Yao foi vítima do seu próprio sucesso. “Receio que este fundo esteja fechado a novos investimentos”, avisou Joanna Pope, a responsável pelo marketing da Neuberger Berman. Em outubro passado, a sociedade gestora deixou de aceitar novas subscrições, porque o fundo de ações chinesas atingiu uma dimensão excessiva. O gestor é agora responsável por 1,2 mil milhões de euros. Se a carteira diminuir, através de resgates ou de desvalorizações, o fundo poderá ser reaberto, explica Joanna Pope.

Em 2015, recomendámos o fundo Neuberger Berman China Equity USD A aos leitores do Observador que desejavam obter uma exposição à China. Voltámos a recomendar em 2016. Desde a primeira recomendação, o fundo rendeu 17,95% por ano.

O Schroder Hong Kong Equity e o Pictet Asian Equities Ex Japan, o segundo e o terceiro fundo mais rentável de 2017, também estão expostos à China. O fundo da Pictet tem agora cerca metade da carteira aplicada nas bolsas da China e de Hong Kong.

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Os cinco fundos mais rentáveis de 2017
As ações chinesas foram cruciais para os melhores desempenhos. O ISIN é um código de identificação único de instrumentos financeiros.
ISIN Fundo Rentabilidade
2017
Comercialização
IE00B54BK812 Neuberger Berman China Equity EUR A* 61,84% Banco Invest, BiG
LU0334662938 Schroder Hong Kong Equity EUR Hedged B 48,78% Banco Carregosa, Bankinter, Best
LU0248317017 Pictet Asian Equities Ex Japan HR EUR 46,05% ActivoBank, Banco Carregosa, Banco Invest, Best, BiG, Deutsche Bank
IE00B543WZ88 Neuberger Berman China Equity USD A* 44,84% Banco Invest, BiG
LU0552385709 Morgan Stanley Global Opportunity BH 43,88% Best
Fonte: Bloomberg, entidades comercializadoras. * Fechado a novas subscrições.

Kristian Heugh, o responsável pelo Morgan Stanley Global Opportunity, também pode investir em ações chinesas, mas esse não é o seu principal foco. O fundo, que foi o quinto mais rentável em 2017, é composto por ações mundiais. Heugh está agora mais inclinado para a América do Norte. As ações da Facebook e da Amazon.com são os principais investimentos.

Bolsa portuguesa em alta alimenta fundos nacionais

Quando se contabiliza o reinvestimento dos dividendos, o índice PSI 20, a principal referência da bolsa de Lisboa, avançou 19,13% em 2017. Todos os fundos que investem exclusivamente em Portugal ganharam mais. O Santander Acções Portugal liderou ao render 24,58%.

Dolores Solana, que lidera na gestão do Santander Acções Portugal, investe não só nas maiores companhias portuguesas, como a Galp Energia, mas também nas mais pequenas, como a F. Ramada, a empresa de aços e sistemas de armazenagem. O Santander Acções Portugal é inclusivamente um dos maiores investidores da F. Ramada, ao controlar mais de 1,2% da sociedade, segundo a carteira do fundo no final de novembro.

Os cinco fundos portugueses mais rentáveis em 2017
Os fundos de ações nacionais conseguiram ultrapassar os ganhos da bolsa de Lisboa.
ISIN Fundo Rentabilidade
2017
Comercialização
PTYSAFLM0006 Santander Acções Portugal 24,58% ActivoBank, Best, BiG, Santander Totta
PTYSALLM0008 Santander PPA 24,25% Santander Totta
PTAFIALM0006 IMGA Ações Portugal 23,44% ActivoBank, EuroBic, Millennium bcp
PTARMAME0005 Invest Ibéria 23,33% Banco Invest
PTYESYLM0009 NB Portugal Ações 23,21% ActivoBank, Banco Invest, Best, Novo Banco
Fonte: Bloomberg, entidades comercializadoras.

O Invest Ibéria infiltrou-se entre os fundos de ações nacionais na lista dos produtos portugueses mais rentáveis em 2017. Este fundo, que até aos finais de 2016 era também um fundo de ações portuguesas, divide a carteira entre as bolsas de Lisboa e de Madrid. Telefónica, Banco Comercial Português e Santander estavam entre os principais ativos no início do passado mês de dezembro.

Baixa volatilidade gera os piores fundos

O ano de 2017 foi tranquilo. Não houve um único dia em que o índice de ações mundiais MSCI World tenha ganho mais de 2% ou perdido mais de 2%, quando medido em euros. Este nível reduzido de volatilidade nunca se registou desde 1999, pelo menos. Os fundos que investem em volatilidade foram naturalmente afetados.

O fundo Amundi Absolute Volatility World Equities, nas versões HC e SU (C), foi o que mais perdeu em 2017, cerca de 28%. Os gestores da Amundi desenvolvem estratégias que beneficiam da volatilidade dos mercados acionistas. O seu objetivo é alcançar uma rentabilidade anual de 7% antes de comissões.

Em Portugal, o pior desempenho foi do Strategic Diversified USD, que perdeu 18,59%. Este fundo, gerido pela Lynx Asset Managers, foi liquidado no final do passado mês de novembro.