O código postal angolano vai ser lançado ainda este ano, anunciou esta segunda-feira a presidente do conselho de administração da empresa Correios de Angola, Maria Luísa Andrade, afirmando que uma comissão multissetorial já trabalha na sua efetivação.

“Há uma comissão já formada pelos Correios de Angola e também com o Ministério do Território, estamos a dar já os primeiros passos para ver se ainda este ano fazemos chegar nem que seja só a nível de Luanda e até dezembro já poderemos ter o nosso código postal”, disse.

Falando no final de um encontro com a imprensa, segunda-feira, na sede dos Correios de Angola, na baixa de Luanda, a responsável recordou que o código postal “vai facilitar a entrega, envio e a receção” de cartas e outras encomendas.

“E as pessoas que quiserem fazer alguma compra ‘online’, no estrangeiro, com o código postal de Angola, já vai facilitar. Não deixaremos o campo aberto quando nos é solicitado o código postal. É uma obrigatoriedade os países terem os seus códigos postais na identificação e localização das pessoas”, adiantou.

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Em 2014, Maria Luísa Andrade, tinha já adiantado que o novo Código de Endereçamento Postal (CEP), que não existe no país, era uma prioridade.

“Esta ferramenta [CEP] vai ajudar os nossos carteiros, que são uns heróis. Fazem a entrega [postal, ao domicílio] por referências, de algumas instituições que estejam perto. Além de auxiliar os nossos carteiros irá beneficiar outras instituições”, explicou Maria Luísa Andrade, na altura.

A inexistência de um código postal em Angola torna virtualmente impossível a entrega do domicílio de encomendas postais internacionais.

Além da aplicação do código postal até final do ano, segundo Maria Luísa Andrade, colocar os serviços postais em todas as localidades de Angola continua a ser a grande aposta, avançando ainda que dos 33 projetos do plano diretor dos Correios, os três principais estão a ser desenvolvidos com “recursos próprios”.

“Desde 2015 que não recebemos nenhuma ajuda financeira para os nossos projetos, o que nós temos estado a fazer é com recursos próprios e tem havido alguma contenção dentro da nossa operacionalidade para minimamente termos alguns projetos desenvolvidos”, explicou.

A disponibilização de serviços financeiros postais, o serviço de expresso logística e a identificação patrimonial e comercialização do património afeto aos Correios de Angola constam dos projetos estruturantes daquela empresa estatal.

“O expresso e logística também já temos estado a fazê-lo, criando uma unidade de negócios que ainda este ano ela se tornará autónoma, no qual poderão entrar outros ‘players’ no mercado, para possível privatização”, referiu.

Os custos operacionais, de acordo com a presidente dos Correios de Angola, continuam a pesar nas atividades diárias da instituição, porque, sublinhou, não se faz correios sem meios, como viaturas.

“Neste momento o parque automóvel do país não oferece preços atrativos para a aquisição, o que nos torna difícil pormos a operacionalidade a 100%. Em termos de receitas estamos com bastantes dificuldades porque termos todos os dias no ar as operações de correios é um custo muito grande”, rematou.