Martin Schulz vai deixar a presidência do SPD (Partido Social-Democrata). No dia em que chegou a acordo com Angela Merkel para formar um Governo de coligação, o alemão confirmou assim a saída a liderança do partido e deverá tornar-se o novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Merkel.
De acordo com a agência Reuters, a decisão foi comunicada esta quarta-feira numa reunião com outros dirigentes do SPD. Schulz terá argumentado que, face aos maus resultados do partido nas últimas eleições — foi o pior resultado dos sociais-democratas no pós-guerra –, o SPD precisa de se renovar sob a liderança de uma nova figura.
A atual líder parlamentar do partido, Andrea Nahles, deve assumir a liderança do SPD, depois de o partido votar o acordo de coligação assinado esta quarta-feira entre o SPD, a CDU e a CSU, que deverá ter lugar entre 20 de fevereiro e 2 de março.
Depois de ter firmado o acordo com Angela Merkel, Schulz anunciou uma “mudança de rumo” na política europeia. “Penso que conseguimos algo que será um novo acordar para a Europa e uma nova dinâmica para a Alemanha”, disse Schulz na conferência de imprensa conjunta com Merkel. O pacto é “o fundamento” para uma nova política europeia, que será expressa num “apoio tácito” à “linha do governo francês” para “reformar a Europa e as suas instituições”, acrescentou.
Schulz orientou todo o processo de negociações de uma nova “grande coligação” para a necessidade de apoiar a proposta de reforma da União Europeia apresentada em setembro pelo presidente francês, Emmanuel Macron, com quem, disse, se manteve sempre em contacto.
Angela Merkel, por sua vez, disse estar convencida de que “este pacto de coligação será a base do governo estável e bom de que o nosso país precisa e que muitos no mundo esperam de nós”.
Com este acordo, o SPD conseguiu ficar com as pastas dos Negócios Estrangeiros, do Trabalho, da Justiça, Ambiente e Finanças, cujo titular e sucessor de Schäuble deverá ser Olaf Scholz.