As autoridades norte-americanas infligiram uma multa de quase 370 milhões de dólares (300 milhões de euros) ao banco holandês Rabobank por ter deixado transitar centenas de milhões de dólares pertencentes a traficantes de droga mexicanos.
A Rabobank National Association, filial do banco na Califórnia, reconheceu a culpa, admitindo ter feito “obstrução” a investigações do Departamento do Tesouro e do regulador bancário OCC. Funcionários do banco terão ocultado informações dos investigadores durante perto de cinco anos.
A multa de 368,70 milhões de euros é uma das mais pesadas que os Estados Unidos aplicaram a um caso de branqueamento de capitais com ligação ao tráfico de droga mexicano.
Está, no entanto, longe da penalização de 1,9 mil milhões de dólares aplicada ao HSBC em 2012 por ter ajudado clientes a transferirem fundos de origem suspeita do México, Irão, Síria ou Arábia Saudita.
A sanção foi conhecida cerca de dois meses depois de um antigo responsável do banco para operações nos Estados Unidos, George Martin, ter aceitado cooperar com as autoridades.
Este responsável indicou que ele e outros funcionários fechavam os olhos a transações com dinheiro sujo, como as operações de montantes superiores a 10 milhões de dólares efetuadas por um cliente mexicano, apesar dos alertas sobre a origem dos fundos.
Segundo o Ministério da Justiça, o banco tinha uma “lista” de clientes cujas transações não eram controladas, apesar dos procedimentos internos enviarem alertas. Esta lista passou de 10 pessoas em 2009 para mais de mil em 2012. No total, o Rabobank permitiu a circulação de perto de 370 milhões de dólares de dinheiro sujo provenientes do México e de outros países entre 2009 e 2012, referem as autoridades.