Vladimir Putin anunciou esta quinta-feira que a Rússia está a desenvolver e a testar uma nova linha de armas nucleares — um novo protótipo de míssil que “pode atingir qualquer ponto do mundo” e uma nova arma supersónica que é impossível de ser rastreada pelos sistemas anti-mísseis. O presidente russo garantiu ainda que os novos mísseis são capazes de ultrapassar a defesa anti-balística dos Estados Unidos.

“É uma arma que pode atingir qualquer alvo, do Polo Norte ao Polo Sul. É uma arma poderosa, ao qual nenhum sistema de defesa antímissel poderá resistir”, afirmou Putin, cita a CNBC, assegurando que nada do que estava a dizer naquele discurso era bluff.

Num discurso dirigido à elite política russa, que foi transmitido em direto na televisão nacional, Putin mostrou vários vídeos e animações de mísseis balísticos intercontinentais, mísseis de cruzeiro e outras armas. O The Guardian diz que o líder russo explicou que o armamento foi construído no seguimento da desistência dos Estados Unidos do tratado anti-balístico assinado em 1972 com a União Soviética.

[Veja aqui o vídeo sobre as novas armas nucleares da Rússia]

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Não ouviram o nosso país nessa altura. Ouçam-nos agora”, atirou Vladimir Putin, para depois revelar que muitos dos mísseis estão já a ser testados. Este discurso está a ser visto como a primeira ação de campanha de Putin, que é presidente da Rússia desde 2012 e deve ser reeleito para um quarto mandato nas eleições de 18 de março.

Putin afirmou ainda que “a Rússia não se pode esquecer da segurança” e que o país fica mais protegido se optar pelas forças armadas. “Fizemos muito para fortalecer o nosso exército e marinha, que estão equipados com armas modernas”, afirmou.

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Sobre a outra arma, Putin afirmou que é um “pequeno sistema de energia nuclear”, que pode ser implantado num qualquer sistema de mísseis de cruzeiro e “evitar todos os intercetores”. “Ninguém no mundo tem um sistema destes, isto é inédito. Podem criar algo semelhante no futuro, mas por essa altura, os nossos homens terão criado outras coisas novas”, afirmou Putin.

“Depois de várias experiências, temos a certeza que, em breve, os mísseis estratégicos da Rússia vão ter um novo sistema capaz de destruir alvos internacionais, com uma velocidade hipersónica e alta precisão, capazes de serem manobrados no curso e na altitude. Não há sistemas desses no mundo”, disse.

Mais 18 mísseis e três submarinos

O presidente russo aproveitou o discurso transmitido em direto para deixar mais avisos: “Isto nem sequer é o fim”. E anunciou que as forças armadas russas tinham 300 novos modelos de armamento que forneciam 18 novos mísseis balísticos intercontinentais. Mais: a Rússia encomendou três novos submarinos nucleares e aumentou o número de mísseis de alta precisão, mas Putin garante que a Rússia não está a planear atacar nenhum país.

“Depois da saída dos EUA do tratado de Mísseis Anti-Balísticos, temos vindo a trabalhar muito para desenvolver armas novas, que são uma promessa e que nos permitam  dar um grande passo em frente e criar novas armas estratégicas… Os sistemas de mísseis globais norte-americanos existem principalmente contra mísseis balísticos e são a razão principal da nossa dissuasão nuclear. É por isto que a Rússia tem estado a desenvolver sistemas extremamente eficazes para vencer a defesa de mísseis e todos os nossos mísseis estão equipados com isso agora”, afirmou Putin.

O presidente russo disse ainda que o facto de estar a aumentar o poder da força militar do país era “apenas uma garantia da paz no planeta” e que ajudava a equilibrar as forças de quem tem poder no mundo. “A todos aqueles que têm estado a criar novas armas nos últimos 15 anos, impondo sanções ilegais para reter o nosso país, gostaria de dizer: ‘Tudo aquilo que estão a tentar travar já aconteceu, não conseguiram parar a Rússia”.