O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, vai faltar a uma iniciativa de limpeza de mato e gestão de combustível marcada para sábado, com a presença da ministra do Mar, por não ser “um político de ‘show off'”.

“Eu sou um político de ação. O trabalho que estamos a fazer é sério, no terreno, de sensibilização e de preparação dos meios para a época de incêndios. Nunca fiz limpeza de matas, portanto, não é para aparecer na fotografia que agora vou simular que estou a fazer”, afirmou esta quinta-feira aos jornalistas o autarca social-democrata, no final da reunião de Câmara.

A ministra Ana Paula Vitorino estará no sábado numa iniciativa de corte de mato junto ao Centro Meteorológico de Viseu, marcada para as 10h30. Almeida Henriques disse que tem “de criar as condições para que as matas sejam limpas” e dar o exemplo nas suas próprias propriedades, mas que não alinha “neste tipo de ações”, apesar de pretender receber a ministra “com toda a cordialidade”.

“Obviamente que acompanharemos, facilitaremos tudo e mais alguma coisa, mas não é esta a postura do presidente da Câmara, nem nunca será”, acrescentou. Segundo Almeida Henriques, caberá ao vice-presidente da autarquia, que é o responsável pela proteção civil, “fazer o acompanhamento, porque é esse o seu pelouro”.

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“Agora, eu não serei apanhado numa fotografia a fazer uma coisa que viola a minha forma de ser e a minha forma de estar na vida”, frisou. Durante a reunião de Câmara, o autarca criticou a “falta de investimento do Governo na manutenção de equipamentos”, concretamente as estradas.

“Espero que efetivamente a Infraestruturas de Portugal faça o seu papel, que não o tem feito”, considerou, dando como exemplo o antigo Itinerário Principal (IP) 5, que está num “estado calamitoso”, com “o piso todo partido e erva por todo o lado”.

Almeida Henriques apontou ainda como exemplos deste desinvestimento na manutenção de equipamentos o hospital de Viseu, os centros de saúde e as escolas.

“Estou preocupado com este cortar das unhas rentes que tem sido feito nos últimos dois anos. Mesmo no período de intervenção da troika houve sempre alguma preocupação com a manutenção deste tipo de equipamentos”, acrescentou.