O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu esta segunda-feira aos Governos de todo o mundo mais unidade, para responder ao aumento dos conflitos e das desigualdades que se vivem atualmente. “Devemos reconhecer que, em alguns aspetos fundamentais, o nosso mundo volta atrás”, disse Guterres, na abertura da reunião da assembleia-geral das Nações Unidas sobre construção e sustentação da paz, que decorre até quarta-feira, nas Nações Unidas.
António Guterres recordou que, no presente, há mais países a sofrer conflitos violentos que em outra altura nas últimas três décadas e sublinhou a existência de “números recordes” de civis mortos ou forçados a deixarem os seus lugares por causa de guerras.
Destacando o acréscimo de “violações horríveis dos direitos humanos”, o secretário-geral da ONU denunciou ainda o incremento “do nacionalismo, do racismo e da xenofobia”, o aumento das desigualdades e a discriminação que sofrem mulheres e meninas. “Tudo são indicadores de que é necessário mais unidade e valor, para aliviar os medos das pessoas que servimos, para pôr o mundo num caminho melhor e para estabelecer as bases de uma paz sustentável e do desenvolvimento”, afirmou.
O presidente da assembleia-geral da ONU, Miroslav Lajcak, defendeu a necessidade de o mundo comprometer-se de forma imediata com um “novo enfoque” para a paz. Promotor do encontro de alto nível, que pretende avaliar esforços feitos e as oportunidades para reforçar o trabalho das Nações Unidas na construção e sustentação da paz, Lajcak destacou que, entre os exemplos positivos que estão a ser levados a cabo, está o fim do conflito na Colômbia, que opôs as forças do Governo à guerrilha das FARC.
O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, é um dos chefes de Estado presentes na reunião desta segunda-feira, esperando-se que aborde a experiência do seu país na construção da paz e da reconciliação. Portugal está representado no evento pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, enquanto por Timor-Leste está presente o líder da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) e antigo Presidente e primeiro-ministro Xanana Gusmão.