O lucro consolidado da José de Mello Saúde totalizou 22,8 milhões de euros no ano passado, uma descida de 1,1 milhões de euros em relação a 2016, divulgou a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Como reflexo do forte investimento ocorrido durante o ano de 2017, e consequente aumento dos custos financeiros, os resultados financeiros foram negativos em 10,5 milhões de euros (um agravamento 1,6 milhões face a 2016). Desta forma, o resultado líquido da José de Mello Saúde foi de 22,8 milhões de euros, um decréscimo anual de 1,1 milhões de euros (-4,6%), face a 2016”, lê-se no relatório divulgado na segunda-feira à noite.
No ano passado, os proveitos operacionais atingiram 637,4 milhões de euros, um crescimento de 8,7% face a 2016.
Na atividade privada, o aumento foi de 9,9% relativamente ao ano anterior, totalizando 408 milhões de euros, enquanto no setor público os proveitos operacionais foram de 227 milhões de euros, mais 4,4% face ao ano anterior.
O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 72,0 milhões de euros, mais 5,3% face a 2016, “resultado do crescimento da atividade assistencial”, refere a José de Mello Saúde.
O investimento consolidado da José de Mello Saúde foi de 203 milhões de euros em 2017.
“O investimento mais relevante ascendeu a 143 milhões de euros e deveu-se à aquisição dos imóveis explorados pela José de Mello Saúde, pertencentes ao Fundo de Investimento Imobiliário Fechado ImoSaúde e Fundo de Investimento Imobiliário Fechado ImoSocial”, refere a empresa.
Além disso, afirma a José de Mello Saúde, foram ainda investidos 16 milhões de euros na aquisição de quatro sociedades que prestam cuidados de saúde nas regiões de Almada, São João da Madeira e Coimbra, e numa outra sociedade detentora de um imóvel na região de Sintra.
O investimento de expansão, quer em termos orgânicos com as obras de expansão do Hospital CUF Descobertas, Hospital CUF Torres Vedras e Hospital CUF Santarém, quer em termos geográficos com a abertura da Clínica CUF Almada e da construção do Hospital CUF Tejo, totalizou 31 milhões de euros.
Em 2017, a José de Mello Saúde registou mais de 2,4 milhões de consultas (aumento de 10,2% face a 2016) e foram operados cerca de 92,8 mil doentes (+7,5%), tendo-se registado aproximadamente 75,2 mil doentes saídos do internamento (+2%).
“Verificou-se, ainda, um ligeiro aumento nos partos realizados
nas unidades da José de Mello Saúde, tendo sido este aumento de 0,9% relativamente ao ano anterior”, lê-se no relatório.
Nos hospitais geridos em regime de parceria público privada (PPP) registaram-se cerca de 596 mil consultas (+3,4% face a 2016), operaram-se 39,9 mil doentes (+4,0%). O número de doentes saídos do internamento recuou 2% para os 39,2 mil.
A 31 de dezembro de 2017, a dívida líquida financeira situava-se em 338,6 milhões de euros, mais 183,7 milhões de euros face ao final do ano anterior, “refletindo o investimento feito durante 2017”.
O capital social da José de Mello Saúde é detido pela José de Mello Capital (65,85%), pela Fundação Amélia de Mello (4,15%) e pela Farminveste (30%).