Robert Mueller, o procurador especial que está a investigar a alegada ingerência russa nas eleições norte-americanas de 2016, terá colocado a hipótese de obrigar Donald Trump a ir a tribunal para ser interrogado. Durante uma reunião com a equipa de advogados do Presidente dos Estados Unidos, no passado mês de março, o procurador garantiu que vai intimar Trump caso este se recuse a responder voluntariamente às suas perguntas.

Foi John Dowd, ex-advogado de Trump que se demitiu duas semanas depois desta mesma reunião, que revelou a conversa. “Isto não é um jogo. Estão a interferir com o trabalho do Presidente dos Estados Unidos”, disse o advogado aos investigadores, segundo o que comentou ao Washington Post. A equipa legal de Donald Trump considera que o Presidente não tem qualquer obrigação de responder às perguntas dos investigadores federais destacados para o caso e terá sido esta intransigência que levou Robert Mueller a considerar a possibilidade de chamar Trump a testemunhar em tribunal.

Depois desta reunião, a equipa de Mueller concordou em conceder mais informação sobre as perguntas que seriam feitas em caso de interrogatório. Isso envolveu fornecer aos advogados de Trump uma lista de 49 questões que o Procurador gostaria de fazer ao Presidente: a lista, publicada inicialmente pelo New York Times, inclui perguntas sobre as ligações de Donald Trump à Rússia e várias questões para determinar se o Presidente norte-americano tem ou não tentado obstruir ilegalmente a investigação.

Na terça-feira, no Twitter, Donald Trump reagiu às eventuais perguntas e considerou “vergonhoso” que as questões relacionadas com a “caça às bruxas russa” tenham chegado à comunicação social. “Nenhuma pergunta sobre ingerência. Parece-me muito difícil obstruir a justiça num crime que nunca aconteceu!”, acrescentou o Presidente dos Estados Unidos.

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