Fim de semana à porta, bom tempo à vista. Em Lisboa, a agenda de inaugurações não dá tréguas e das aberturas dos últimos dois meses, escolhemos dez novos espaços para um roteiro perfeito. Tem onde ir às compras, onde comer e beber convenientemente e até um novo salão de beleza para cuidar do cabelo e das unhas. Não tem de quê.

Latitid

Embaixada, Praça do Príncipe Real, 26. De segunda a domingo, das 12h às 20h

Os mais atentos perguntarão (e bem) se a marca portuguesa de biquínis e fatos de banho já não tinha uma loja no Príncipe Real. Desde 2014 que a Latitid aproveitou os verões lisboetas para abrir uma pequena loja temporária na Embaixada. Agora, em 2018, o crescimento da marca salta à vista com a abertura da primeira loja permanente na capital, depois de, no ano passado, ter rumado ao Porto, onde também já vende roupa para ir a banhos durante todo o ano. Em Lisboa, ocupou uma das maiores salas do palacete com um mood tropical, plantas, madeiras e com uma coleção cujas cores e estampados são inspirados em Habana Vieja, o coração de Havana. Juntamente com a abertura da nova loja, a Latitid apresenta também a primeira coleção de fatos de banho para os mais pequenos, uma edição limitada com dois modelos de rapariga e dois para rapaz, com três padrões diferentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A nova loja da Latitid fica na Embaixada e é para durar o ano inteiro © Mafalda Rodrigues

Zenith Lisboa

Rua do Telhal, 4A. De quinta a terça-feira, das 9h às 19h

Depois de ter deixado o Porto caidinho, o Zenith rumou à capital. Graças a Deus e aos sócios Fernando Sá e Thiago Silva que replicaram o famoso conceito de pequeno-almoço/brunch regado a cocktails exóticos no centro de Lisboa, que já estava a precisar. Mas comecemos pelo espaço. Os tijolos na parede, o balcão reluzente, as lâmpadas estilosas — tudo foi feito à imagem e semelhança do bar do Porto, incluindo as bowls, as tostas, as panquecas, os ovos e os crepes, capazes de arruinar qualquer dieta. A isto, junte umas 20 000 fotografias possíveis para o Instagram, por isso, vá com tempo.

Abriu em meados de abril em Lisboa, depois de ter conquistado o Porto… pelo estômago © Fotografia retirada do Facebook

Moscow Beauty Bar

Avenida D. Carlos I, 99A. De segunda-feira a domingo, das 10h às 22h

Se há coisa que a vida nos tem ensinado é que é difícil encontrar um salão de beleza realmente com pinta. Esqueça, este tem de sobra. O Moscow Beauty Bar abriu em Santos e tem os cabelos e as unhas como especialidade, tanto para elas como para eles. Em calhando, ainda trata de tudo em simultâneo, já que o tempo é aquele bem precioso e passar uma manhã ou uma tarde inteira no salon é só mesmo para dondocas. A inspiração veio de fora. Vladimir Pasekunov, dono do salão, também já abriu um em Moscovo e agora em Lisboa quer proporcionar muito mais do que um corte de cabelo e umas unhas de gelinho. Cada cliente tem direito a uma primeira avaliação do cabelo, para não falar de todas as comodidades, das poltronas à chávena de café.

Depois de um salão em Moscovo, Vladimir Pasekunov abriu um beauty bar em Lisboa © Diogo Ramalho e Sofia

Prado Mercearia

Rua das Pedras Negras, 37. De terça-feira a sábado, das 19h às 20h

Alguma vez lhe aconteceu ir comer a um restaurante, apaixonar-se de tal forma por determinado prato ou ingrediente, que o quis levar consigo para casa? Se é o caso, a vida ficou ligeiramente mais fácil quando inaugurou a Prado Mercearia, em Lisboa. Já funciona a todo o gás e é lá que pode encontrar uma grande seleção de produtos portugueses, quase todos provenientes de pequenos produtores artesanais e biológicos. Veja-se a seleção de frescos, por exemplo, que é fornecida pelo Hortelão do Oeste, a Quinta do Poial ou o Pomar do Príncipe e chega todas as terças, sextas e sábados. Há também o café da Fábrica Coffee Roaster, as conservas de atum albacora da Azor Concha e uma extensa lista de vinhos escolhida a dedo por Maria Rodriguez, a sommelier “do outro” Prado. A loja trabalha com muitos produtores que fornecem o restaurante e dá nova vida a tudo aquilo que não consumido no espaço de restauração. Basta ver, por exemplo, os pickles de marca “Prado” que aqui se vendem: eles são feitos com sobras de frescos do chef António Galapito. As refeições ligeiras — sanduíches, sumos, etc. — que aqui se servem também são feitas, maioritariamente, com o produto excedente do restaurante.

Os legumes chegam do Oeste para abastecer o restaurante, mas também para serem vendidos na nova mercearia © Fotografia retirada do Facebook

The Tintin Shop

Rua da Junqueira, 450. De sexta a terça-feira, das 11h às 19h, e quinta-feira, das 14h às 19h

Embora seja uma personagem de banda desenhada, o Tintin não escolhe idades, nem idades nem zonas da cidade. Em Belém, a dois passos do Museu dos Coches, abriu a primeira loja oficial do pequeno jornalista criado por Hergé, em 1929. A primeira em Lisboa, porque já várias capitais europeias exibem orgulhosamente os seus santuários dedicados a esta personagem de culto. Postais, canecas, cartas, T-shirts, peluches, porta-chaves e peças de decoração fazem parte da gama mais acessível da loja. Os produtos, todos eles com o selo da Moulinsart, empresa que detém os direitos da obra do cartoonista belga, também incluem peças de coleção e aí os preços facilmente chegam aos três dígitos (e sem vírgulas). Há livros de banda desenhada? Claro que há e em várias línguas.

Junto a Belém, uma loja onde Tintin é a personagem principal © Fotografia retirada do Facebook

MySpot

Estrada de Benfica 476A. De domingo a quinta-feira, das 8h às 00h, e sexta-feira e sábado, das 8h às 2h

Há quem lhe chame retraça, outros chamam-lhe ressaima, mas o que interessa reter é que há uma altura da noite em que o jantar parece já ter sido há séculos e em que começa a fazer falta aquele aconchego no estômago. Em Benfica, o flagelo combate-se com tostas e sandes de escala sobre-humana. Embora abra as portas bem pela fresca (às oito da manhã), todo o menu parece ter sido feito em função daqueles vorazes apetites noturnos. Além das já referidas tostas e sandes, há pregos, hambúrgueres, batatas fritas e aquelas frituras que vão tão bem fora de horas. E porque uma espirituosa não se nega a ninguém, seja a que hora for, o MySpot funciona também como bar. À nossa.

Além do espaço interior, o My Spot tem também um terraço © Fotografia retirada do Facebook

Amélia

Rua Ferreira Borges, 101. De segunda-feira a domingo, das 9h às 21h

Infelizmente, a Amélia sofre do mesmo mal do seu esposo, o Nicolau que mora ali na Baixa: é difícil arranjar mesa, pelo menos para já, enquanto é o novo café sensação de Lisboa. A parte boa é que, quando consegue, não há nenhuma refeição do dia que não possa ser feita lá (tem razão, talvez tenha de jantar demasiado seco). Há panquecas, torradas e ovos para o pequeno-almoço, um menu de brunch, praticamente sagrado, por 15€, saladas, hambúrgueres e sopa para o almoço e bowls, batidos e tapiocas para o lanche. Ah, e afinal há duas partes boas: o espaço. Além de ser altamente instagramável, ainda tem um pátio na parte de trás, aberto o suficiente para apanhar uns raios de sol, mas resguardado ao ponto de o refrescar no verão.

Amélia, o café que está a levar meia Lisboa a Campo de Ourique © Fotografia retirada do Facebook

Zaytouna

Mercado de Arroios, Rua Ângela Pinto. De segunda-feira a sábado, das 10h às 19h

Existe uma Lisboa antes do Mezze e uma Lisboa depois do Mezze. O restaurante sírio conquistou a sua legião de fãs e Serenah Sabbat e Hendi Mesleh aproveitaram a boleia para abrir uma mercearia só com produtos do Médio Oriente, também no Mercado de Arroios. O casal palestiniano, a viver em Portugal há dois anos, percebeu a dificuldade que havia em encontrar alguns dos ingredientes mais importantes da gastronomia árabe em Lisboa e decidiu, com o apoio da empresária Catarina Morais, abrir a Zaytouna (azeitona em árabe). Os produtos chegam da Jordânia, do Líbano, da Palestina e da Síria e, caso haja dúvidas quanto ao seu uso, Serenah e Hendi são mesmo as melhores pessoas para esclarecê-las.

Serenah e Hendi na recém-inaugurada mercearia do Médio Oriente, Zaytouna © Nuno Ferreira Santos

KIN Martim Moniz

Centro Comercial Martim Moniz, piso 6. De segunda a quinta-feira, das 20h às 00h, e sexta-feira e sábado, das 20h à 1h

Os responsáveis do grupo Topo decidiram transformar o restaurante asiático que desde agosto de 2017 morava no polo do Martim Moniz. Saíram as cores neutras e explodiu um foguete chinês de vermelho e azul, as cores que predominam no KIN. Com o tecido que sobrou fizeram-se as almofadas das cadeiras — pelo decorador francês Sacha Wolf e que chegou mesmo a ser usada em desfiles do Ano Novo Chinês em Paris. Apesar das novidades, porém, há coisas que se mantiveram. A carta simples que aqui encontra continua a ser feita pela dupla Ricci Quino (cozinheira indonésia) e Ricardo Benedito (como chef consultor) e segue a formula vencedora de muitos restaurantes deste tipo, apostando em clássicos como os Pad Thai de camarão, tofu ou frango (14, 12 e 13 euros, respetivamente), os baos de porco cozinhado a baixa temperatura com molho hoisin (4€) ou até o mais diferente nasi goreng, uma iguaria indonésia de arroz frito com vegetais e ovo que pode ser servido com tofu (10€) ou frango (12€). Há cocktails criados pela bartender Magali, seis com álcool (8€) e três sem (4€), e sobremesas gulosas como a óptima mousse de chocolate com pimenta rosa (3€) ou o bolo pandam com gelado de yuzu (4€).

O dragão chinês pendurado no teto é o ex-líbris do KIN Martim Moniz © Divulgação

Bacchanal

Rua do Corpo Santo, 28. De quarta a segunda-feira, das 18h às 2h

Abriu há sensivelmente um mês no Cais do Sodré, numa rua próxima dos bares que animam a noite lisboeta. O nome é sugestivo, vem do latim e remete para celebração do vinho, tal como nos explica Vitor Cordeiro, também ele responsável pelo bar Loucos de Lisboa, no Príncipe Real. Depois de três meses de obras de restauro, o Bacchanal abriu as portas numa antiga drogaria — a herança manifesta-se nos armários tradicionais, no balcão com tampo de pedra e no chão de mosaico hidráulico, no fundo, um toque de Lisboa antiga. Neste wine bar não existe carta de vinhos: todas as referências estão divididas pelas dez regiões portuguesas representadas e expostas nos armários vintage. O convite é para passear pela montra, namorar rótulos e escolher o vinho a copo ou à garrafa. Para acompanhar as muitas dezenas de referências estão os petiscos tradicionais, como tábuas de queijos e de enchidos, sempre que possível, provenientes de produtores locais.

Os armários da antiga drogaria foram mantidos e são eles que dão charme ao novo wine bar do Cais do Sodré © Fotografia retirada do Facebook