Não foi uma, duas nem três cartas de despejo enviadas por Christina e Mark Rotondo ao filho Michael, de 30 anos: foram cinco. Os pais alegam que Michael nunca pagou um cêntimo de renda nem se predispõe, por exemplo, a ajudá-los com as tarefas domésticas. O filho regressou à casa dos pais há oito anos, quando se viu sem emprego. Hoje não está mais desempregado: é administrador de um site. Mas Michael, ainda assim, recusa-se a sair.

No dia 2 de fevereiro foi enviada a primeira carta de despejo. “Depois de conversar com a tua mãe, decidimos que tens que sair imediatamente de casa”, escreviam Christina e Mark. Michael ignorou-a. Seguiu-se um outro aviso formal. “Michael Joseph Rotondo, considera-te, por este meio, despejado. Um procedimento de execução legal será instituído imediatamente caso não deixes a casa até 15 de março. Qualquer ação tua que possa ser interpretada como ameaçadora ou assediadora, ou que impeça ou obstrua a nossa capacidade de usar a casa ou a propriedade conforme acharmos adequado, resultará na tua remoção imediata das instalações “, lê-se no aviso. Estávamos a 13 de fevereiro.

A terceira carta foi enviada a Michael no dia 18, uma carta onde os pais lhe ofereciam 1.100 dólares para que saísse de imediato da moradia, deixando-lhe igualmente conselhos para a nova vida: “Há empregos disponíveis para pessoas com um histórico pobre de trabalho como tu. Arranja um, tens de trabalhar!” Michael ignorou-a. Como ignoraria as duas seguintes.

Assim sendo, os pais resolveram avançar com uma ação judicial no Supremo Tribunal do Condado de Onondaga, perto de Syracuse (onde vivem), no Estado de Nova Iorque. Michael considera que os avisos prévios de despejo tinham um prazo demasiado curto, precisando de um período mínimo de seis meses para preparar a sua mudança. Mais: considera a ação movida pelos próprios pais como uma “retaliação”, exigindo (Michael representou-se a si mesmo em julgamento) ao Supremo Tribunal que rejeitasse o pedido. Mas não rejeitaria.

E o juiz Donald Greenwood declararia no final: “O aviso é suficiente e confirmo o despejo”. Michael Redondo considera a decisão “ridícula” e prometeu apresentar recurso.

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