Os principais líderes chineses concordam em dar uma ajuda à HNA Group a levantar fundos, proporcionado uma rede de segurança ao conglomerado chinês que é acionista da TAP. A HNA entrou no capital da Gateway, consórcio privado que detém 45% do capital da transportadora portuguesa, no ano passado, tendo reforçado já no início do ano para mais de 11%. Esta posição representa de forma indireta cerca de 5% do capital da TAP.

Os problemas financeiros da HNA começaram no ano passado quando se soube que o grupo chinês estava a pagar os juros mais altos cobrados a uma empresa não financeira na Ásia, no rescaldo de uma onda de aquisições que movimentou mais de 40 mil milhões de dólares (34 mil milhões de euros).

Os resultados de 2017 mostraram que a HNA não estava a gerar os ganhos suficientes para cumprir o serviço da dívida e pagar os juros. Para além de acionista da TAP, o grupo HNA tem também participações na holding mundial do grupo Hilton e no Deutsche Bank.

Agora a Bloomberg cita fontes conhecedoras do tema para adiantar que as autoridades chinesas não vão deixar cair a HNA, que está ameaçada por uma dívida gigantesca que chega a 93 mil milhões de dólares (80 mil milhões de euros). Este apoio contrasta com o comportamento do regime face a outros grupos chineses atolados em dívidas devido a estratégias agressivas de compras internacionais. Entre os que caíram, com a prisão dos respetivos presidentes, estão a seguradora Anbang, que tentou comprar o Novo Banco em 2015, e a CEFC China Energy, o investidor que negociou a aquisição da Partex e dos seguros do Montepio. Negócios que entretanto caíram.

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Líder de grupo chinês que quer comprar Partex e Montepio Seguros foi afastado

A agência financeira diz que responsáveis ao mais alto nível no Governo chinês avaliaram que a HNA enfrenta problemas de liquidez e que deve ser ajudada a ultrapassar essa situação. A Bloomberg revela uma reunião realizada esta semana que reuniu um dirigente do People Bank of China, três reguladores, o governo da província chinesa, o co-presidente da HNA, Chen Feng, e o grupo de maiores credores do grupo. Desta reunião terão saído instruções para apoiar a futura emissão de obrigações por parte da HNA.  Esta emissão de dívida vai permitir um alívio muito necessário para a empresa que assim fica em condições de sinalizar que os problemas mais graves terão ficado para trás. Já no início deste ano, a HNA teve de vender imóveis e ações no valor de 15 mil milhões de dólares.

O grupo recebeu entretanto indicações para se focar no seu principal negócio de viagens, onde controla a HNA Aviation, e colocar um travão à diversificação de negócios e ao crescimento através de novas compras.