A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afirmou esta segunda-feira que o partido vai negociar o Orçamento do Estado para 2019 com base em avanços e não em recuos e adiantou que não há nenhum ultimato ao Governo.

O que já estava combinado [com o Governo] tem de andar para a frente (…). Vamos negociar o Orçamento do Estado para 2019, com base em avanços, nunca fazer recuos no que já tinha sido acordado”, afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do BE deslocou-se ao Tortosendo, a terrenos situados à porta do Parque Natural da Serra da Estrela, para observar o processo de rearborização de 94 hectares de eucalipto.

Em declarações aos jornalistas, explicou que não fez qualquer ultimato ao Governo face às negociações para o Orçamento do Estado para 2019.

Tenho dito todos os dias a mesma coisa e vou repeti-lo. Nós achamos que aquilo que já foi legislado tem de estar resolvido antes do próximo orçamento”, sustentou.

E avançou com exemplos práticos daquilo que já foi acordado com o Governo, como o descongelamento das carreiras dos funcionários da função pública, incluindo as questões do tempo de serviço dos professores e de outros ou o compromisso que foi feito para combater a precariedade.

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“Está na lei e é para cumprir antes do OE para 2019. É preciso que estas coisas sejam decididas antes do Orçamento do Estado para 2019. Não há nenhum ultimato. Há é a determinação de sempre do BE de trabalhar setorialmente, dossiê a dossiê, em avanços. O que não aceitamos é que alguém queira negociar recuos”, concluiu.

No domingo, em Vila Nova de Gaia, o ministro dos Negócios Estrangeiros avisou o Bloco de Esquerda para que não “ceda à tentação de fazer ultimatos” na negociação do próximo Orçamento do Estado, cuja aprovação diz abrir caminho à renovação do acordo à esquerda em 2019.

O que é preciso fazer é negociar sem ultimatos”, sustentou Augusto Santos Silva, acrescentando: “O Partido Socialista tem-no dito com toda a clareza, o Partido Comunista Português tem-no dito com toda a clareza, ao Partido Ecologista Os Verdes nunca lhes ouvi dizer o contrário, mas o Orçamento precisa do voto dos quatro partidos que constituem a atual maioria parlamentar”.

Neste sentido — sustentou, sem nunca se referir diretamente ao BE — “é muito importante que nenhum dos partidos que constituem hoje a maioria parlamentar ceda à tentação de estabelecer, implícita ou explicitamente, qualquer tipo de ultimato”.