Os 1.419 investidores que participaram na oferta pública de venda (OPV) da Raize propuseram investir 5,5 milhões de euros na dona da plataforma homónima de financiamento colaborativo, 3,7 vezes o valor das ações disponíveis para aquisição. Após o rateio, os novos acionistas aplicaram 1,5 milhões de euros na compra de 15% da empresa.

O processo de rateio, que privilegiava os pequenos investidores, “assegurou que todos os investidores de retalho receberam pelo menos 500 ações da empresa”, o que representa um investimento de 1.000 euros, informa o comunicado da sociedade. Em média, os acionistas ficaram com 529 ações da Raize, o que, ao preço da OPV, valem 1.058 euros.

Entre os novos acionistas da Raize, cujas ações começarão a negociar no próximo dia 18 de julho, três destacam-se. “A OPV contou com a participação da SGF — Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, do investidor Ilídio Pinho/IP-Holding (fundador do Banco BIG, do BCP e de outras sociedades financeiras de referência) e do investidor António Aguiar Moreira, antigo responsável pela Base Holding SGPS, que foi vendida à Unilabs em 2017”, observa o comunicado da Raize.

Afonso Fuzeta Eça, que assume a representação da Raize junto do mercado, esclarece ao Observador que nenhum dos novos acionistas fica com uma participação superior a 2% do capital. Os três fundadores — além de Afonso Fuzeta Eça, José Maria Rego e António Marques — mantêm o controlo da firma.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Raize cotará no segmento Access da Euronext, um sistema de negociação bilateral com menos regras do que o mercado principal. Os investidores poderão dar ordens a qualquer momento, mas a negociação é feitas duas vezes por dia por chamada. O seu código de negociação será MLRZE.

Nos primeiros seis meses após a admissão na bolsa, alguns acionistas da Raize colocarão mais 500 mil ações à venda no mercado a preços crescentes, de 2,20 euros até 4 euros. No limite, será disperso 25% do capital e nenhum desses acionista ficará com mais de 21,6% da companhia.

A Raize será a terceira firma portuguesa no Euronext Access: a Azorean Aquatic Technologies, que desenvolve robôs aquáticos, e a Gentlemen’s Equity, que gere uma carteira de investimentos, aderiram primeiro, embora tenham entrado por Paris.

Raize já garantiu o dobro da procura das ações que vão estrear-se em bolsa