O Presidente chinês, Xi Jinping, recebe esta segunda-feira os líderes europeus, numa altura em que a China tenta recrutar aliados contra as políticas comerciais do líder norte-americano, Donald Trump, que ameaçam também a União Europeia (UE).

“Os líderes dos dois lados vão definir a orientação e planos para as relações China-Europa e trocar opiniões sobre questões de preocupação comum na agenda internacional”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. Hua falava numa conferência de imprensa, em Pequim, a propósito da cimeira anual China-UE, a 20.ª, que decorre hoje, na capital chinesa.

Durante a cimeira, Xi Jinping vai oferecer um jantar ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que vão reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Ambos os lados esperam “trabalhar em conjunto” para “proteger o multilateralismo, promover o comércio e facilitação do investimento”, afirmou Hua Chunying.

Pequim e Bruxelas deverão expressar o seu apoio a um sistema de comércio multilateral baseado em regras e confirmar o seu compromisso com a modernização da Organização Mundial do Comércio, segundo o portal oficial do Conselho Europeu, numa altura em que China e UE se deparam com políticas comerciais protecionistas nos EUA.

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Na primeira metade deste ano, o comércio da China com a UE, o maior parceiro comercial do país asiático, cresceu 5,3%, com um volume médio de transações superior a mais de 1.000 milhões de euros por dia.

A cimeira ocorre numa altura em que entram em vigor nos EUA taxas alfandegárias sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que Washington considera serem “táticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.

A China tem tentado recrutar o apoio da UE para fazer frente às políticas comerciais dos EUA, mas há muito que os governos europeus partilham das mesmas queixas que Trump em relação a Pequim, nomeadamente a falta de acesso a vários setores da economia chinesa.

“Nós partilhamos das mesmas preocupações que os EUA. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas”, afirmou na semana passada Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Em 2017, a UE registou um défice de 176.000 milhões de euros nas trocas comerciais com a China